quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Encantando um espelho

 




  • Objetos
1 espelho virgem (do tamanho de sua preferência)
1 vela branca
1 vela negra
Sua varinha mágica
Incensos de âmbar
fósforos
  • Feitiço
Em um ambiente fechado, tranquilo e calmo, feche as janelas e as cortinas para ficar totalmente no escuro e coloque o espelho em pé diante de você, de forma que seja possível a você visualizar-se nele. Coloque uma vela de cada lado do espelho e acenda-as.
Crie um círculo mágico com o incenso de âmbar (com o espelho do lado de fora e a ponta do pentagrama apontando para o espelho).
OBS:  tome muito cuidado com espelhos, sempre que for usá-los fique dentro do círculo mágico e deixo-os do lado de fora. 
Sentada no seu círculo mágico e mirando-se no espelho, visualize fortemente uma energia divina entrando nele. Feche os olhos e repita:

É o poder do Deus Pai e da Deusa Mãe que me comandam

Recebe este poder (aponte sua varinha mágica para o espelho segurando-a com as duas mãos)
Seja meus olhos
Seja meu guia
A partir de hoje
Tudo verei em ti

Feche os olhos e repita (sussurrando) três vezes:
Meu espelho sagrado
dos segredos revelados
mostre-me sempre o que desejo ver!
Feito isto, desmanche o círculo mágico e guarde seu espelho. Não se preocupe se outras pessoas o virem ou se refletirem nele. A visão será apenas sua, pois o espelho é sagrado para o bruxo que o enfeitiçou.

Hoje é dia dos caçadores de almas

Hoje é dia dos caçadores de Almas....OKÊ, ARÔ! 💜💜....Quero beber da seiva pura das Tuas matas, Para me curar e renascer. E nos Segredos encantados onde habitas, Peço licença para entrar e aprender. Busco a cura da alma e do corpo E sei que no Teu Reino vou encontrar. Vou me cobrir de folhas E me banhar dos seus segredos, Mirar o Alto da Tua Sagrada Flecha, Limpando a mente das ilusões e medos; Que às Luzes do Criador vai me guiar. Quero abraçar os animais e as plantas A quem dedicas tanto Amor, Assim nos ensinando que toda vida é Santa, Embora feita de elos desiguais, Mas que se juntam sob o Teu comando Para varrer do mundo a ignorância e a dor. Para honra e glória de OLORUM, Meu Pai Oxossi...Indica-me com sua flecha sagrada os verdadeiros caminhos da prosperidade. OKÊ, ARÔ Oxóssi!

domingo, 23 de outubro de 2016

Indiazinha Ceci... Uma curuminzinha da Amazônia. Muitos Erês, assim como os caboclos, pretos-velhos e exus, possuem suas histórias de vida. Alguns desses Erês "encantaram-se" como muitas entidades conhecidas na Umbanda. Essa é a história de curuminzinha encantada, que após sua morte costumava visitar sua tribo e curar as crianças doentes. Ceci nasceu na Tribo dos Aruaque, no meio da Floresta Amazônica. Ela havia completado 6 anos na época. Era uma indiazinha feliz, que passava os dias brincando com os animais pacíficos da floresta, como os saguis, tatus, porquinhos e outros. Quando a floresta foi invadida em busca dos seringais, sua tribo tentou lutar contra a invasão, mas, por fim, mudou-se, para evitar atritos com o homem branco. Devido a mudança, os índios enfrentaram dificuldades para encontrar um novo local e se readaptar. A floresta era extensa, mas tinha seus perigos. Ceci e os demais índios estavam tristes por deixarem para trás muitas coisas. No caminho para a nova aldeia, Ceci se distraiu com os bichos e não percebeu a aproximação de uma cobra venenosa. Ela foi socorrida e fizeram todo o possível para salvá-la, mas o veneno espalhou-se rapidamente. Depois de horas ardendo em febre, Ceci desencarnou, para tristeza de seus pais. A mudança não levou apenas suas ocas, mas a vida de Ceci. Tempos depois, sempre que uma criança ficava doente na tribo alguém via Ceci correndo ao redor da criança. E, milagrosamente, no dia seguinte, a criança amanhecia curada.
VEJA QUE LINDO.....!!!!! SALVE ORIXÁS 🌿 EXU ENTIDADE Me ensinou que se deseja algo, têm que conquistar . POMBA GIRA Me ensinou que amor verdadeiro é conquistado, não amarrado. CABOCLOS Me ensinou que a felicidade é uma permissão que temos que nos dar . BOIADEIRO Me ensinou que os verdadeiros amigos são os que permanecem do seu lado sempre. EXU ORIXÁ Me ensinou que a inocência não é a mesma coisa que a ignorância. ERÊS Me ensinou que a fé é o único sentimento puro que existe. OXUM Me ensinou que o amor vale mais que o ouro. OMOLU Me ensinou que não existe sofrimento em recomeçar tudo outra vez. OGUM Me ensinou que não se vence a batalha com guerra. OXÓSSI Me ensinou que só a coragem é o suficiente pra realizar meus sonhos. XANGÔ Me ensinou a acreditar em sua justiça divina, e não na minha. OXUMARÊ Me ensinou que arrogância não nos leva ao caminho que seja bom LOGUN EDÉ Me ensinou que a beleza não determina o caráter de ninguém. OSSAIN Me ensinou que na natureza existe remédio para qualquer doença. IANSÃ Me ensinou a vencer as tempestades da vida com a cabeça erguida. EWÁ Me ensinou que é melhor ferir com verdades do que iludir com mentiras. OBA Me ensinou que nem todos são amigos, que a traição vem de onde menos esperamos. IEMANJÁ Me ensinou como é ser uma verdadeira mãe, amando a todos os filhos, independente de suas características.. NANÃ Me ensinou a ter paciência e mais certeza em nossos sonhos e objetivos. OXALÁ LUFAN Me ensinou que para ser bom não precisa ser santo, mas que eu não faça nada contra um outro irmão. OXALÁ GUIAN Me ensinou que a controvérsia não impõe a mentira como se fosse uma verdade absoluta. OLORUM Me ensinou que tudo que eu conquisto é mérito meu, fazer permanecer comigo é meu mérito também e se for possível e eu fizer por merecer ele me dará muito mais coisas sem me tirar o que ja tenho... Feliz Dia do Axe repassando pra quem tem conhecimento

Uma história de Maria Mulambo, contada por Ela mesma

Uma história de Maria Mulambo, contada por Ela mesma. "Certo dia estava eu em terra , e veio um rabo de saia falar comigo e me disse essas palavras :Eu quero que você tire ela da vida dele, quero ele pra mim e quero que você acabe com ela. Eu, Maria Mulambo, apenas gargalhei. Não satisfeita, a mulher me disse:'Lhe dou ouro, rosas, bebidas, roupas... lhe dou o que você pedir.'Pacientemente olhei para ela e disse:'Moça, olha dentro dos meus olhos e não desvie o olhar. Eu Me Chamo Maria Mulambo, você sabe quem eu sou e o que eu significo? Você me pediu isso tudo e a minha resposta para você é apenas uma; desejo que você tenha amor, pois vejo que você não sabe o que isso significa. Não quero seu ouro, não quero bebidas, não quero rosas, não quero nada. Vou lhe ensinar a ter amor, não ódio. Você esta na escuridão e a maldade esta lhe cegando. Olhe para mim, moça..Tenha amor pela sua vida, você não tem o direito de obrigar ninguém a permanecer ao seu lado, muito menos pedir para acabar com a vida de outro.'Não satisfeita, a mulher zombou da minha cara, disse que eu era fraca, que eu não era uma Pombogira de verdade. Apenas gargalhei novamente e disse:'Moça, eu só posso lhe oferecer esclarecimento,o que você precisa é de amor, se amar...'A mulher virou as costas e foi embora.Um belo tempo se passou.Realizando minhas rondas pela madrugada, eu avisto aquela mulher jogada no chão, sendo sugada por espíritos obscuros. Mal sabia ela que tinha feito o desencarne, porém, achava que ainda estava viva. Olhei pra ela e disse:'Moça, levante. Você lembra de mim?'Ela olhou e não acreditou no que viu e me perguntou: 'O que você está fazendo aqui? Saia de perto, eu não quero você aqui, você não me ajudou! 'Eu novamente olhei dentro dos olhos dela e disse:'Moça, olhe ao seu redor. Lembra do que você me pediu e eu não fiz? Você procurou uma legião de espíritos menos evoluídos e eles fizeram o que você pediu; olha como você se encontra. Esses quiumbas se alimentam do mal que você pediu quando viva. Lembra que eu disse que era de amor que você precisava? Lembra quando você me disse que eu não era Pombogira? Então hoje eu vim lhe resgatar desse umbral, dessa lama na qual você se enfiou. Moça, acorda. Já faz 30 anos que você se encontra cega pela escuridão e acha que ainda está viva.'A moça parecia não acreditar que eu iria resgata-lá; foi quando eu disse:'Esse é o verdadeiro papel de uma Pombogira. Resgatar quem se encontra na escuridão e não matar ou separar casais. Ahhhh, moça... se tivesse me escutado, quando eu falei para se amar, pois o amor liberta...Venha comigo, moça, chegou a hora de reparar o mal que você tanto fez àquele casal.'Só se perde na escuridão quem nunca encontrou o Caminho do Amor."Maria Mulambo. Laroyê Maria Mulambo! Laroyê toda sua Falange!

Umbanda é força

“Umbanda é força! Umbanda é fé! Umbanda é raça! Umbanda é amor! Umbanda é humildade! Umbanda é simplicidade de coração! Umbanda é alegria! Umbanda é luz que ilumina os caminhos de filhos de fé. Umbanda é miscigenação, é a troca da cultura dos povos e das raças. Umbanda é vida em abundância e respeita a vida em todos os seus Reinos. Umbanda é magia. É a magia branca, é a magia do amor. Umbanda é a manifestação da fé do culto ao iletrado. Umbanda é a manifestação de Deus através da sua criação. Umbanda é tudo isso e muito mais. É fogo, é água, é terra, é ar. É a melodia dos ventos, Eparrei Iansã! É o ribombar dos trovões, Kaô Kabesilé! É o canto da cachoeira, Oraieieu Oxum! É o cheiro da mata virgem, Oke Oxossi! É a luz do luar de prata, Odoiá Iemanjá! É o raio do sol a nos aquecer, Ogunhê! Umbanda é energia que vibra na natureza, é a força da Terra, Atotô Sr. Omulú! A Umbanda é Estrela Matutina! A Umbanda é a luz de Oxalá! Explicar a Umbanda é quase que impossível... Sentir a Umbanda é essencial.”

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Rituais Druidicos

 Rituais Druidicos



Os rituais druídicos normalmente envolvem uma bênção ao local, um pedido de paz, oferendas aos espíritos do local - para que haja aceitação mútua no local -, oferendas às deidades, ações de cura, divinação com ogham, ações físicas (como passar pelos fogos de beltane ou realizar danças rituais), orações, circumambulações -  movimento circular para a marcação de uma área sagrada em torno de um ponto central -, evocações/oferendas aos ancestrais e deidades, honra aos seres dos três reinos (mar, terra e céu) e um banquete ritual onde bebida - normalmente cerveja e hidromel - e comida - pães, bolos, grãos, frutas - são partilhados entre todos os participantes.
Retirado do http://www.druidismo.com.br/
  • Sobre Rituais

A palavra liturgia vem do grego leitourgía, formada de leit- < laós, "povo", e -ourgós < érgon, "trabalho". Assim, liturgia, etimologicamente, significa o trabalho realizado para/em nome do povo. Esse era o sentido da palavra para os gregos clássicos. A concepção atual, de conjunto de rituais determinados ou prescritos, de modo geral, por uma religião é uma modificação semântica introduzida pelo cristianismo.
Entre os antigos, a leitourgía era a oferta, em geral de custo muito elevado, de um serviço ao povo ou ao estado, sendo por isso feita pelos cidadãos mais ricos. A magnificência no desempenho da leitourgía, sempre um ato específico e, a um só tempo honorífico e obrigatório, firmava a posição do responsável por ela ante os demais membros da elite. A principal área onde se poderia encontrar a leitourgía era a religião cívica, materializada nos muitos festivais que marcavam o antigo ano grego.
Os romanos conheciam a figura da leitourgía, a que chamavam munera (plural de munus, substantivo neutro). Sendo a bolsa do patriciado romano muito mais sensível que a dos seus correspondentes helenos, os nobres da Cidade Eterna aprenderam muito cedo que os munera deveriam ser evitados sempre que possível, a não ser que se pudesse obter do povo alguma vantagem.
É comum falar-se em liturgia como algo muito complicado, com muito passos a ser realizados para que um rito seja adequadamente concluído. Honestamente, essa multiplicidade de fases e complexidades muitas vezes não é mais do que uma tentativa de envolver o rito de adoração em um ar de mistério, o que não deveria ser usado para confundir as pessoas.
A construção dos ritos pode ser aprendida partindo-se de ideias muito simples, de fácil entendimento. Sobre sua estrutura básica pode-se construir um rito que será tão singelo quanto as ideias básicas ou muito complexo, com uma pluralidade de etapas a executar. Pode-se elaborar uma grande variedade de rituais com diferentes objetivos e diferentes graus de complexidade, mas encontrar-se-á dentro de todos esses ritos um mesmo padrão simples, expressivo e harmonioso.
A divisão do padrão do ritual abrange três partes: o centro, o começo e o final. Por quê não o começo primeiro? Bem, há nisso uma lógica.
Na margem, fora do rito propriamente, ocorre a dedicação do espaço sagrado. Na margem, fora do rito propriamente, os participantes reúnem-se e fazem todas as coisas que são necessárias para unir-se em uma mesma identidade espiritual e para levar essa massa formada de partículas individuais a um ponto de contato direto com o sagrado. O cerne de tudo necessariamente será aquele momento para o qual todos estão ali, o ponto em que se oferece, reverencia-se, abençoa-se ou se consagra.
Novamente, é na margem, fora do rito propriamente, que encontraremos o final do qual estaremos retornando - passada a ação sagrada central do rito - para nossas vidas e consciências de costume. Do centro para a margem o rito é planejado. Da margem para o centro o rito é conduzido. Ultrapassando a margem, ingressamos no rito e avançamos rumo ao momento de clímax em busca do qual viemos. Prosseguimos então calmamente, até uma vez mais retornarmos à margem.
No cento de todo ritual fica o momento culminante, o ato central de adoração, benção ou transformação, onde se encontra a razão do rito, o porquê do exercício espiritual que está sendo realizado. A construção de um rito começa aqui, ao planejarmos uma cerimônia e a finalidade para a qual ela se destina. Ao planejar um ritual, devemos responder certas perguntas:
- Que desejamos realizar?
- Qual a melhor forma para alcançar esse objetivo?
É no centro que localizamos o ato fundamental do rito.
É importante lembrar que, ao identificarmos o centro, não o confundamos com o centro temporal, cronológico. A identificação de um ato como centro da cerimônia baseia-se completamente na função desse ato no contexto do rito. Em rituais longos, a construção do ato central geralmente consome a maior parte do tempo, com os passos finais ocupando somente uma porcentagem diminuta do tempo total. Em uma cerimônia que dura cerca de uma hora, o ponto do clímax comumente será atingido somente depois de 40 ou 45 minutos. Em uma cerimônia de trinta minutos, o ato central comumente será encontrado após 20 minutos do início. Mas isso não é uma regra rígida, é apenas o que geralmente se vê.
Três elementos a lembrar sobre o centro de um ritual: a razão do ritual, o objetivo do ritual, o apogeu do ritual.
O modo mais eficiciente para conduzir ao clímax de um rito é a preocupação que ocupa nossas mentes ao delinearmos o começo de uma cerimônia. É no princípio do rito que ponderamos sobre a melhor forma para agregar a mente espiritual das pessoas presentes. É também durante esse estágio inicial que estabelecemos e identificamos o espaço sagrado e como se liga ou se demonstra a cosmologia de nossa realidade sagrada. A ligação ritual inicial com as divindades, ancestrais e outras forças espirituais é estabelecida durante o começo de qualquer cerimônia. O começo de um rito deve establece o foco e a identidade espirituais dos participantes, identificar e estabelecer o tempo e espaço rituais, estabelecer a conexão com a cosmologia sagrada, as divindades e as forças espirituais.
Três elementos a lembrar sobre o começo de um ritual: como se reunir, como estabelecer o espaço sagrado, como ligar-se aos Deuses.
Não se passa de um momento de intensidade espiritual diretamente de volta para a vida quotidiana. Assim, deve existir também uma parte de encerramento da cerimônia. É no encerramento do ritual que se dá tempo para os participantes buscarem seus objetivos pessoais, afrouxar a tensão e retomar contato com a realidade comum depois de um ato de forte carga espiritual. É necessário oferecer um caminho pelo qual todos possam suavemente voltar ao mundo das percepções normais à realidade comum. Podemos novamente nos aproximar da margem e, serena e suavemente, deixar o mundo da realidade ritual e retornar a nossas vidas. No final da cerimônia, dedicamos algum tempo para agradecer aos Deuses e ancestrais por sua participação e relações espirituais conosco, acrescentando um momemento de tranquilidade e quietude.
Três elementos a lembrar sobre o fim de um ritual: serenar, voltar, relaxar.
O ritualista iniciante deve evitar a tentação de prolongar desnecessariamente uma cerimônia incluindo etapas ou atividades adicionais. Embora esses passos ou atividades adicionais possam ter a intenção de intensificar ou aperfeiçoar a experiência do ritual, é mais a sua adequação do que a sua quantidade que deve fornecer a base para a escolha de quais atos incluir em qualquer cerimônia. Uma ação deve fluir, resultar na próxima ação, sempre com vistas ao ápice central do rito. Depois, as ações devem fluir do centro de volta para um ponto de calma e paz. Um fluxo espiritual adequado é a consideração primordial ao selecionar que etapas incluir e quais deixar de fora em uma cerimônia. Cada ação deve servir de apoio à formação do objetivo central do ritual. Desse modo, algumas ações podem encaixar-se bem no contexto de uma dada cerimônia e encontrar-se totalmente deslocadas no contexto de outra.
Três elementos a lembrar sobre ações rituais: sua adequação, seu fluxo, seu contexto.
Do centro para a margem o rito é planejado. Da margem para o centro o rito é conduzido.
Três elementos a lembrar sobre o centro de um ritual:
a razão do ritual
o objetivo do ritual
o apogeu do ritual.
Três elementos a lembrar sobre o começo de um ritual:
como se reunir
como estabelecer o espaço sagrado
como ligar-se aos Deuses.
Três elementos a lembrar sobre o fim de um ritual:
serenar
voltar
relaxar
Três elementos a lembrar sobre ações rituais:
sua adequação
seu fluxo
seu contexto

Retirado do site http://bellovesos.multiply.com/

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Oração Druída



 Oração Druída

A canção de Amergrin
Eu sou o vento que sopra pelos mares,
eu sou o macho selvagem,
eu sou a águia no penhasco,
eu sou rápido como o gavião,
eu sou guerreiro de muitas batalhas,
eu sou forte como uma lança,
eu sou a ponta de uma espada,
eu sou a pele do tambor que conclama à guerra,
eu sou a corda da harpa,
eu sou o campeão dos fracos,
eu sou a vista da montanha mais alta,
eu sou a sabedoria do poço mais fundo,
eu sou vencedor do dia e da noite.
Sempre vivi.
Já fui tudo!

Sobre os testemunhos de Evangélicos Ex-Espíritas

Sobre os testemunhos de Evangélicos Ex-Espíritas "Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco cobertos de peles de ovelha e que por dentro são lobos rapaces. - Conhecê-lo-eis pelos seus frutos. Podem colher-se uvas nos espinheiros ou figos nas sarças? - Assim, toda árvore boa produz bons frutos e toda árvore má produz maus frutos. - Uma árvore boa não pode produzir frutos maus e uma árvore má não pode produzir frutos bons. - Toda árvore que não produz bons frutos será cortada e lançada ao fogo. - Conhecê-la-eis, pois, pelos seus frutos. " (Mateus 7:15-20) Vemos sempre testemunhos de evangélicos se dizendo ex-espíritas, contando histórias tristes, dizendo que sofriam depressão, eram "dominados por Satanás" e até que tinham problemas financeiros, como se o Cristo, que dizia não ter nem uma pedra pra encostar a cabeça, tivesse vindo ao mundo para cuidar de coisas materiais. O Espiritismo não prega ser a única verdade. Aceitamos qualquer religião que leve a Deus. Mas não podemos aceitar o absurdo de que "Satanás" opera no Espiritismo e que os espíritas são infelizes e acabam no fundo do poço. Pior é que, nessa insistência em colocar o Espiritismo como obra diabólica que só faz mal as pessoas, inventaram até que Allan Kardec ficou tão perturbado por causa dos "demônios" que teria se suicidado. Há um site evangélico que ainda chega a lançar uma calúnia, falando dos grandes homens que surgem no Espiritismo "ministrando ensinos e até apresentando projetos éticos e humanitários, que terminam sempre em destroços.". O único exemplo dado no site é do Dr. Fritz, espírito que se manifestou em vários médiuns, mas nenhum espírita. Mediunidade não é exclusividade do Espiritismo. E o autor do texto, falou uma grande mentira, não podemos crer que por ignorância mas sim por pura má-fé, afirmando que é sempre assim, todos os projetos éticos e humanitários do Espiritismo acabam em destroços. Uma generalização absurda. Já que seria inútil colocar aqui testemunhos de vários espíritas que conhecemos pessoalmente e que vivem não só a pregar mas a exemplificar o verdadeiro Evangelho, colocarei breves biografias de nomes históricos do Espiritismo, provando que quem diz estas coisas está longe da verdade. Tenho absoluta certeza de que mentem mesmo por má fé. Se alguns dos grandes vultos do Espiritismo viveram na pobreza foi porque assim quiseram, já que, seguindo os preceitos do Cristo, foram totalmente voltados para o próximo e não juntaram tesouros na Terra. " Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens a dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu. Então vem e segue-me." (Matheus 19:21) " Bem aventurado vós, os pobres, pois vosso é o reino de Deus" (Lucas 6:20) "Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre, em vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de alparcas, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento. (Mateus 10:8-10). Bezerra de Menezes: Nascido no ano de 1831 em Riacho do Sangue, no Ceará. Conhecido por sua dedicação aos mais carentes como o "médico dos pobres", largou o posto de cirurgião-tenente do Exército - lotado no Hospital Central, além de possuir uma famosa clínica com uma clientela rica - para entrar na política. O que Bezerra de Menezes recebia da classe abastada no seu consultório no Centro da cidade gastava com os mais pobres, não só clinicando gratuitamente, como dando a eles remédios, roupa, dinheiro, enfim, tudo de que necessitassem. Isso levou a população do bairro de São Cristóvão a pedir que ele a representasse na Câmara Municipal. Vereador eleito pelo Partido Liberal, Bezerra de Menezes enfrentou logo a oposição do líder do Partido Conservador, Hadock Lobo, que pediu a impugnação do seu diploma, sob o argumento de que um militar da ativa não poderia exercer cargo político. Bezerra de Menezes pediu baixa do Exército e, durante vinte anos - de 1860 a 1880, ano em que presidiu o Legislativo do Município -, foi eleito vereador, deputado geral e indicado para o Senado. Como político e jornalista, Bezerra de Menezes, em comícios e artigos, defendeu, entre outras causas, a emancipação dos escravos. Nesse período, lançou o jornal A Reforma, de orientação liberal, e criou a Estrada de Ferro Macaé-Campos, que o enriqueceu, mas acabou falindo, não só por dar tudo que tinha para os pobres, como também pela falta de apoio do Governo Imperial, que não liberou os meios para o desenvolvimento da ferrovia. Isso não impediu que continuasse atendendo às massas carentes, já convertido à doutrina espírita, pioneiramente como médico homeopata, até falecer, pobre e amado pelo povo, em abril de 1900. (Fonte: site da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro - http://www.camara.rj.gov.br/acamara/histarte/verhist3.html). Quando político, levantaram-se contra ele, a exemplo do que sucede com todos os políticos honestos, rudes campanhas de injuria, cobrindo seu nome de impropérios entretanto, a prova da pureza de sua alma, deu-a, quando deliberou abandonar a vida publica e dedicar-se aos pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía. Corria sempre ao casebre do pobre onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da sua profissão de medico e o auxilio da sua bolsa minguada e generosa. O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da FEB, cargo que ocupou até 11 de abril de 1900, quando desencarnou, vítima de violento ataque de congestão cerebral. Devido ao seu Espírito caridoso e prestativo, Bezerra de Menezes mereceu o cognome de O Médico dos Pobres . (Fonte: Geae - http://www.geae.inf.br/pt/biografias/bezerra-menezes.php ) Quem dera os políticos evangélicos de hoje fossem como o Dr. Bezerra, grande trabalhador do Cristo. Batuíra: ANTÔNIO GONÇALVES DA SILVA BATUÍRA , nasceu na Freguesia das Águas Santas (Portugal), em 19 de março de 1839. Aos onze anos, imigrou para o Brasil, vivendo três anos no Rio de Janeiro, transferindo-se depois para Campinas (São Paulo), onde trabalhou por alguns anos na lavoura. Mais tarde, fixou residência na Capital bandeirante, dedicando-se à venda de jornais. Naquela época, São Paulo era uma cidade de 30 mil habitantes. Ele entregava os jornais de casa em casa, conquistando nessa profissão a simpatia e a amizade dos seus fregueses. Muito ativo, correndo daqui para acolá, a gente da rua o apelidava O BATUÍRA (nome que o povo dava à narceja, ave pernalta, muito ligeira, de vôo rápido, que freqüenta os charcos, à volta dos lagos). De espírito humanitário e idealista, aderiu, desde logo, à Campanha Abolicionista, trabalhando denodadamente ao lado de Luiz Gama e de Antônio Bento. Em sua casa abrigava os escravos foragidos e só os deixava sair com a Carta de Alforria. Despertado pela Doutrina Espírita exemplificou no mais alto grau dos ensinamentos cristãos: praticava a caridade, consolava os aflitos, tratava os doentes com a Homeopatia e difundia os princípios espíritas. Fundou o jornal Verdade e Luz , em 25 de maio de 1890, que chegou a ter uma tiragem de cinco mil exemplares. Abriu mão dos seus bens em favor dos necessitados. A sua casa no Lavapés, que era ao mesmo tempo hospital, farmácia, albergue, escola e asilo. Ele a doou para sede da Instituição Beneficente Verdade e Luz . Recolhia os doentes e os desamparados, infundindo-lhes a fé necessária para poderem suportar suas provas terrenas. A propósito disso dizia-se de Batuíra: Um bando de aleijados vivia com ele . Quem chegasse à sua casa, fosse lá quem fosse, tinha cama, mesa e cobertor. Eis alguns traços da personalidade de Batuíra pela pena do festejado escritor Afonso Schmidt: Em 1873, por ocasião da terrível epidemia de varíola que assolou a capital da Província, ele serviu de médico, de enfermeiro, de pai para os flagelados, deu-lhes não apenas o remédio e os desvelos, mas também o pão, o teto e o agasalho. Daí a popularidade de sua figura. Era baixo, entroncado e usava longas barbas que lhe cobriam o peito amplo. Com o tempo essa barba se fez branca e os amigos diziam que ele era tão bom, que se parecia com o imperador . Batuíra era tão popular que foi citado em obras como: História e Tradições da Cidade de São Paulo , de Ernani Silva Bueno A Academia de São Paulo - Tradições e Reminiscências - Estudantes, Estudantões e Estudantadas , de Almeida Nogueira A Cidade de São Paulo em 1900 , de Alfredo Moreira Pinto. Escreveram ainda sobre ele J. B. Chagas, Afonso Schmidt, Paulo Alves Godoy e Zeus Wantuil. Batuíra criou grupos espíritas em São Paulo, Minas Gerais, e Estado do Rio, proferiu conferências espíritas por toda parte, criou a Livraria e Editora Espírita, onde se fez impressor e tipógrafo. Referindo-se ao seu desencarne, Afonso Schmidt escreveu: Batuíra faleceu a 22 de Janeiro de 1909. São Paulo inteiro comove-se com o seu desaparecimento. Que idade tinha? Nem ele mesmo sabia. Mas o seu nome ficou por aí, como um clarão de bondade, de doçura, de delicadeza ao céu, dessas que se vão fazendo cada vez mais raras num mundo velho, sem porteira... (Fonte: GEAE - http://www.geae.inf.br/pt/biografias/batuira.php ) Anália Franco - Nascida na cidade de Resende, Estado do Rio de Janeiro, no dia 10 de fevereiro de 1856, e desencarnada em S. Paulo, no dia 13 de janeiro de 1919. Seu nome de solteira era Anália Emília Franco. Era romancista, escritora, teatróloga e poetisa. Escreveu uma infinidade de livretos para a educação das crianças e para as Escolas, os quais são dignos de serem adotados nas Escolas públicas.Era espírita fervorosa, revelando sempre inusitado interesse pelas coisas atinentes à Doutrina Espírita. Produziu a sua vasta cultura três ótimos romances: "A Égide Materna", "A Filha do Artista", e "A Filha Adotiva". Foi autora de numerosas peças teatrais, de diálogos e de várias estrofes, destacando-se "Hino a Deus", "Hino a Ana Nery", "Minha Terra", "Hino a Jesus" e outros.Em 1911 conseguiu, sem qualquer recurso financeiro, adquirir a "Chácara Paraíso". Eram 75 alqueires de terra, parte em matas e capoeiras e o restante ocupado com benfeitorias diversas, entre as quais um velho solar, ocupado durante longos anos por uma das mais notáveis figuras da História do Brasil: Diogo Antônio Feijó.Nessa chácara fundou Anália Franco a "Colônia Regeneradora D. Romualdo", aproveitando o casarão, a estrebaria e a antiga senzala, internando ali sob direção feminina, os garotos mais aptos para a Lavoura, a horticultura e outras atividades agropastoris, recolhendo ainda moças desviadas, conseguindo assim regenerar centenas de mulheres. A vasta sementeira de Anália Franco consistiu em 71 Escolas, 2 albergues, 1 colônia regeneradora para mulheres, 23 asilos para crianças órfãs, 1 Banda Musical Feminina, 1 orquestra, 1 Grupo Dramático, além de oficinas para manufatura de chapéus, flores artificiais, etc., em 24 cidades do Interior e da Capital.Sua desencarnação ocorreu precisamente quando havia tomado a deliberação de ir ao Rio de Janeiro fundar mais uma instituição, idéia essa concretizada posteriormente pelo seu esposo, que ali fundou o "Asilo Anália Franco". (Fonte:http://www.espiritismogi.com.br/biografias/Analia.htm) Chico Xavier - Francisco Cândido Xavier, mais conhecido por Chico Xavier, considerado o médium do século e o maior psicógrafo de todos os tempos, nasceu em Pedro Leopoldo, pequena cidade do estado de Minas Gerais, Brasil, no dia 2 de Abril de 1910. Seu trabalho sempre consistiu na divulgação doutrinária e em tarefas assistenciais, aliadas ao evangélico serviço do esclarecimento e reconforto pessoais aos que o procuram. Os direitos autorais de seus livros publicados, em torno de 340, sempre foram cedidos, gratuitamente, às editoras espíritas ou a quaisquer outras entidades. Quanto à fortuna material, desencarnou tão pobre quanto era. Chico era um homem aposentado e recebia somente os proventos de sua aposentadoria. Do ponto de vista espiritual, Chico Xavier era um homem rico: multiplicou os talentos que o Senhor lhe confiou, através de seu trabalho, de sua perseverança e da sua humildade em serviço. Com a saúde debilitada, Chico Xavier confirmou a sua condição de um autêntico missionário do Cristo, pois impossibilitado de comparecer às reuniões do Grupo Espírita da Prece, reunia as forças que lhe restavam para continuar, em casa, a tarefa da psicografia. Disse semanas antes de morrer: ""Quero morrer num dia em que os brasileiros estiverem alegres, para amenizar a minha perda. Não quero ir embora deixando tristeza nesse povo sofrido e sim, felicidade". De fato, desencarnou no dia em que o Brasil estava feliz com a conquista do Penta na Copa do Mundo. O médico da família, Eurípides Tahan, afirmou: "Foi uma morte a seu estilo, bem serena, ele nem chegou a sentir dor". Marcel Souto Maior, jornalista que não é espírita, diz o mesmo em seu livro "As Vidas de Chico Xavier": "Chico morreu em casa, como queria, sem dor nem sofrimento". Diante disso, como insistir, como gostam de fazer, que os médiuns, assim como Saul no Velho Testamento, estão em uma maldição, vão ao fundo do poço e sofrem castigo divino? Arnaldo de Araújo Filho: Nascido em João Pessoa, PB, em 18 de Julho de 1929. Ainda jovem veio para o Rio de Janeiro servir a Marinha do Brasil como marinheiro. Foi casado duas vezes. A primeira com Maria Avelina de Araújo e a segunda com Miriam dos Santos. Arnaldo conheceu o Espiritismo em 1949, quando era interno do Presídio Lemos de Brito, complexo penitenciário da Rua Frei Caneca, na capital fluminense. Conheceu através do então capitão do Exército Jaime Rollenberg e o senhor Montoforno, que o visitavam aos domingos, às 8 horas, na Escola Espírita Paulo de Tarso, que funcionava naquele núcleo penal, sob a orientação da Federação Espírita Brasileira. Arnaldo era zelador daquela escola. Ele limpava e arrumava a sala para a realização das reuniões. Era também o responsável pela gráfica do presídio. Ao ser posto em liberdade, integrou-se ao DAP - Departamento de Assistência ao Presidiário, da Instituição Espírita Cooperadoras do Bem Amélie Boudet, presidida pela saudosa companheira Idalinda de Aguiar Mattos, assumindo a direção de uma das escolas espíritas. Daí não parou mais. Integrou-se de corpo e alma na divulgação do Espiritismo aos encarcerados. Era esperantista e estudava também a filosofia "Verologista", além de haver colaborado, por algum tempo, como voluntário da CVV - Centro de Valorização da Vida. Arnaldo era aposentado no Hospital Carmela Dutra, no bairro Lins de Vasconcellos. Desencarnou caminhando pelo centro da cidade, fulminado por um infarto. Seu corpo foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério de Inhaúma, com a presença de inúmeros amigos e companheiros do DAP, com uma prece emocionante feita pelo confrade Edir Montez. (Fonte: O Sol Nascente - Mensário Espírita) João Carlos Moreira Guimarães: Nascido em 30 de Outubro de 1892 no Estado do Rio de Janeiro e desencarnado em 02/10/1979, também no Rio de Janeiro. Era filho do Dr. Guilherme Augusto Moreira Guimarães, médico formado na turma do Dr. Bezerra de Menezes. Sua mãe, Da Jesuína de Carvalho Moreira Guimarães, era espírita, mas seu pai era materialista. Quando João Carlos contava 5 anos de idade foi vítima de paralisia infantil, com total imobilidade dos membros inferiores. Depois de apelar para todos os recursos da Medicina, seu pai, por insistência da esposa, procurou o Dr. Bezerra de Menezes, então presidente da Federação Espírita Brasileira. Dr. Bezerra começou o tratamento, incluindo terapia de remédios homeopáticos, passes e água fluidificada. Em poucos dias ele estava curado. Esse fato convenceu Guilherme Augusto, que se converteu ao Espiritismo. Dois anos depois, em 1899, ele regressou ao Plano Espiritual, completamente convencido da existência de Deus e da sobrevivência da alma. Durante 71 anos prestou os mais relevantes serviços ao Espiritismo, como jornalista, escritor, tribuno e doutrinador. As casas espíritas contavam sempre com o seu concurso. Publicou alguns opúsculos, entre os quais “As Heroínas de Hydesville”, um relato completo sobre as Irmãs Fox e os fenômenos que ocorreram naquele lugar.Foi um dos pioneiros das semanas espíritas, quando Ramiro Gama o convidou para a Primeira Semana Espírita, na cidade de Três Rios. Tomou parte ativa em quase todos os Congressos Espíritas nas décadas de 1920/1960, no Rio de Janeiro e outros estados. João Carlos Moreira Guimarães foi, portanto, verdadeiro líder espírita, por sua humildade e virtudes cultivadas nos suor bendito das grandes tarefas que realizou no campo doutrinário e evangélico. (Fonte: “Pioneiros de uma Nova Era – Espíritas do Brasil”, Antônio de Souza Lucena) Muitas outras biografias poderiam ser aqui colocadas para derrubar a tese de que os espíritas são todos amaldiçoados, derrotados e que "Satanás" age no Espiritismo para "roubar, matar, destruir". Nem todo o ódio, intolerância, arrogância e afirmações mentirosas do mundo podem apagar da História esses e outros nomes que comprovam que o verdadeiro espírita é acima de tudo verdadeiro Cristão, dedicado aos puros preceitos do Evangelho. No Evangelho Segundo o Espiritismo: - "verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860.)" - "4. Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro." "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e sempre o consegue, se tem firme a vontade." Interessante ainda observarmos que os "traidores da causa" (o sobrinho de Chico Xavier Amauri Pena, as Irmãs Fox…) é que costumam ter fim trágico, quando, pela lógica dos evangélicos que se declaram "ex-espíritas", deveriam ser abençoados por Deus Por fim, transcrevo aqui o testemunho de Jayme Andrade, um ex-evangélico que se tornou espírita: "Por vários anos freqüentei os cultos evangélicos, sem encontrar a solução que buscava para os problemas de ordem espiritual. Comecei a ler obras espíritas e nelas encontrei a resposta adequada aos meus íntimos anseios. Quanto mais lia, mais se robusteciam minhas convicções. Quanto mais suplicava a Deus que me orientasse no rumo da Verdade, mais me pareciam claros e lógicos os ensinamentos do Espiritismo. Alguns dos antigos irmãos não pouparam esforços no sentido de reconduzir ao aprisco a ovelha transviada. Só que não havia diálogo possível, pois jamais encontrei algum com paciência bastante para examinar com isenção minhas razões. Essa incompreensão é que talvez tenha feito germinar a idéia de uma exposição tendente a situar os princípios doutrinários do Espiritismo em face dos ensinamentos do Cristo e em confronto com as concepções religiosas do Cristianismo ortodoxo." ("O Espiritismo e as Igrejas Reformadas") Leia mais biografias de espíritas: http://www.espiritismogi.com.br/biografias.htm http://www.geae.inf.br/pt/biografias

A Mitologia hebraica na Bíblia, “A Palavra dos ´DEUSES´"

A Bíblia, principalmente o Velho Testamento, pertence a uma era mitológica. A história de todos os povos está repleta de lendas, crendices, mitos, alegorias, superstições. Por que a dos judeus teria que ser diferente?Quando o historiador pertence a outra comunidade, ou se encontra afastado dos acontecimentos no tempo e no espaço, ainda se pode esperar alguma imparcialidade. Mas, se quem narra a historia é um dos próprios interessados, é natural que procure exagerar os feitos dos compatriotas, sejam contemporâneos ou antepassados, e subestimar os dos seus adversários. Isso ocorre até nos tempos atuais, em que os eventos ficam registrados na imprensa, em livros, nos filmes, Internet, etc. Mesmo fatos contemporâneos, amplamente divulgados e documentados por todos os meios de registro disponíveis, se prestam a interpretações diferentes, ao sabor das conveniências de cada grupo. Imagine-se o que não ocorreria nos tempos primevos, quando os acontecimentos eram transmitidos por tradição oral, e só muito depois vinham a ser registrados por escrito... Não há evidente exagero em afirmar que os israelitas num só dia mataram 100 mil sírios? (I Reis 20:29). A nosso ver, cem mil homens não morrem num só dia nem com as mais devastadoras armas modernas. Com as bombas nucleares existe a possibilidade, mas até o momento não nos conta tenha de fato ocorrido. As lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 6 e 9-8-45 não chegaram a exterminar tanta gente, pelo menos não no primeiro dia. E note-se que não foram arremessadas contra exércitos aguerridos, mas contra populações civis. Se com os recursos altamente sofisticados da tecnologia atual a empresa não é fácil, imagine-se o que não seria nos tempos em que as armas mais letais eram espadas e lanças, e os veículos mais velozes eram carros puxados por cavalos e camelos... Pela mesma razão não nos parece muito verossímil que o "Anjo do Senhor" tenha numa só noite exterminado 180 mil assírios (II Reis 19:35), nem que 120 mil "midianitas" tenham sido mortos pelos 300 de Gedeão (Juizes 8:10), nem que os judeus tenham eliminado em um só dia 120 mil da tribo de Judá, "todos homens poderosos, por terem abandonado o Senhor Deus de seus pais" (II Crônicas. 28:6), e ainda levado cativas 200 mil mulheres e crianças do seu povo irmão (II Cr. 28:8). E o que dizer dos "500 mil homens escolhidos que caíram feridos em Israel' (II Crônicas 13:17) ? Para mim, são evidentes lendas mitólogicas. E é fato que "Satanás", "Juízo Final", "Ressurreição da carne"(aquela do dia do “Juizo Final”), são algumas das crenças mitológicas que entraram no Judaísmo - e posteriormente no Cristianismo - vindas do Zoroastrismo persa. Os judeus foram tirados de Israel e levados para a Babilônia, onde ficaram exilados até que os persas tomaram Babilônia e instituíram lá uma teocracia do Zoroastrismo. Na pérsia antiga(atual Irã) a religião dominante e estatal era o Zoroastrismo ou Mazdeismo(ainda hoje existem alguns Mazdeistas, quase todos do Irã). Diz a tradição persa que esta religião foi fundada por um profeta chamado Zoroastro milênios antes de cristo(talvez uns 2000 anos AC, não se sabe a data exata da fundação desta religião). Os judeus foram libertos da Babilônia pelos persas sob o comando do rei Ciro, que seguia a religião Mazdeista, foi nesta época que boa parte da cultura persa Mazdeista foi copiada e adaptada pelos judeus. O livro sagrado dos Mazdeistas chama-se Zend-avesta, ele é muito anterior ao Antigo Testamento Bíblico e grande parte da Bíblia é cópia do Zend-avesta. Um dos principais conceitos do Mazdeismo foi copiado pelos judeus para formarem sua religião: a dualidade. Conforme a religião Mazdeista, o Deus único Mazda tinha um grande rival, que foi criado por ele mais depois se rebelou e se chamava Angra Maniú (ou Iarina), este dualismo foi copiado por diversas religiões do mundo inclusive o Judaísmo, que criou baseado no Mazdeismo o dualismo "YHWH(Javé) X Satanás". Outro fato é que várias lendas e histórias de deuses surgiram da imaginação dos homens("Deus" lançando fogo dos céus, "Deus" destruindo pessoas e cidades, "Deus" com sentimentos humanos como ira, etc. São mitos, apenas, como na mitologia greco-romana, nórdica, etc) e ainda do contato com espíritos, superiores ou inferiores, que, assim como ocorre hoje nos cultos afro-brasileiros,eram tidos como divindades. Kardec diz em O Livro dos Espíritos: "Os antigos figuravam os deuses tomando o partido deste ou daquele povo. Esses deuses eram simplesmente Espíritos representados por alegorias.". Diz ele também, no mesmo livro: "os antigos fizeram, desses Espíritos, divindades especiais. As Musas não eram senão a personificação alegórica dos Espíritos protetores das ciências e das artes, como os deuses Lares e Penates simbolizavam os Espíritos protetores da família. Também modernamente, as artes, as diferentes indústrias, as cidades, os países têm seus patronos, que mais não são do que Espíritos superiores, sob várias designações". E mais à frente no mesmo livro Kardec pergunta, os espíritos respondem e ele dá a conclusão final: 537. A mitologia dos antigos se fundava inteiramente em idéias espíritas, com a única diferença de que consideravam os Espíritos como divindades. Representavam esses deuses ou esses Espíritos com atribuições especiais. Assim, uns eram encarregados dos ventos, outros do raio, outros de presidir ao fenômeno da vegetação, etc. Semelhante crença é totalmente destituída de fundamento? “Tão pouco destituída é de fundamento, que ainda está muito aquém da verdade.” a) - Poderá então haver Espíritos que habitem o interior da Terra e presidam aos fenômenos geológicos? “Tais Espíritos não habitam positivamente a Terra. Presidem aos fenômenos e os dirigem de acordo com as atribuições que têm. Dia virá em que recebereis a explicação de todos esses fenômenos e os compreendereis melhor.” (...) 668. Tendo-se produzido em todos os tempos e sendo conhecidos desde as primeiras idades do mundo, não haverão os fenômenos espíritas contribuído para a difusão da crença na pluralidade dos deuses? “Sem dúvida, porquanto, chamando deus a tudo o que era sobre-humano, os homens tinham por deuses os Espíritos. Daí veio que, quando um homem, pelas suas ações, pelo seu gênio, ou por um poder oculto que o vulgo não lograva compreender, se distinguia dos demais, faziam dele um deus e, por sua morte, lhe rendiam culto.” Comentário de Kardec: A palavra deus tinha, entre os antigos, acepção muito ampla. Não indicava, como presentemente, uma personificação do Senhor da Natureza. Era uma qualificação genérica, que se dava a todo ser existente fora das condições da Humanidade. Ora, tendo-lhes as manifestações espíritas revelado a existência de seres incorpóreos a atuarem como potência da Natureza, a esses seres deram eles o nome de deuses, como lhes damos atualmente o de Espíritos. Pura questão de palavras, com a única diferença de que, na ignorância em que se achavam, mantida intencionalmente pelos que nisso tinham interesse, eles erigiram templos e altares muito lucrativos a tais deuses, ao passo que hoje os consideramos simples criaturas como nós, mais ou menos perfeitas e despidas de seus invólucros terrestres. Se estudarmos atentamente os diversos atributos das divindades pagãs, reconheceremos, sem esforço, todos os de que vemos dotados os Espíritos nos diferentes graus da escala espírita, o estado físico em que se encontram nos mundos superiores, todas as propriedades do perispírito e os papéis que desempenham nas coisas da Terra. Vindo iluminar o mundo com a sua divina luz, o Cristianismo não se propôs destruir uma coisa que está na Natureza. Orientou, porém, a adoração para Aquele a quem é devida. Quanto aos Espíritos, a lembrança deles se há perpetuado, conforme os povos, sob diversos nomes, e suas manifestações, que nunca deixaram de produzir-se, foram interpretadas de maneiras diferentes e muitas vezes exploradas sob o prestígio do mistério. Enquanto para a religião essas manifestações eram fenômenos miraculosos, para os incrédulos sempre foram embustes. Hoje, mercê de um estudo mais sério, feito à luz meridiana, o Espiritismo, escoimado das idéias supersticiosas que o ensombraram durante séculos, nos revela um dos maiores e mais sublimes princípios da Natureza" Vejamos outra semelhança com os cultos afro-brasileiros. Os sacrifícios de animais e de seres humanos na Bíblia lembram bem o que acontece no Candomblé e Quimbanda nos nossos dias. Lemos também no Livro dos Espíritos: 669. Remonta à mais alta Antigüidade o uso dos sacrifícios humanos. Como se explica que o homem tenha sido levado a crer que tais coisas pudessem agradar a Deus? “Principalmente, porque não compreendia Deus como sendo a fonte da bondade. Nos povos primitivos a matéria sobrepuja o espírito; eles se entregam aos instintos do animal selvagem. Por isso é que, em geral, são cruéis; é que neles o senso moral, ainda não se acha desenvolvido. Em segundo lugar, é natural que os homens primitivos acreditassem ter uma criatura animada muito mais valor, aos olhos de Deus, do que um corpo material. Foi isto que os levou a imolarem, primeiro, animais e, mais tarde, homens. De conformidade com a falsa crença que possuíam, pensavam que o valor do sacrifício era proporcional à importância da vítima. Na vida material, como geralmente a praticais, se houverdes de oferecer a alguém um presente, escolhê-lo-eis sempre de tanto maior valor quanto mais afeto e consideração quiserdes testemunhar a esse alguém. Assim tinha que ser, com relação a Deus, entre homens ignorantes.” a) - De modo que os sacrifícios de animais precederam os sacrifícios humanos? “Sobre isso não pode haver a menor dúvida.” Somente espíritos atrasados, ligados a matéria, se deliciam com o sangue de animais. Vejamos esse relato do espírito André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier, no livro "Missionários da Luz": "Diante do local em que se processava a matança dos bovinos, percebi um quadro estarrecedor. Grande número de desencarnados, em lastimáveis condições, atiravam-se ao borbotões de sangue-vivo, como se procurassem beber o líquido em sede devoradora... Alexandre percebera o assombro doloroso que se apossara de mim e esclareceu-me com serenidade: - Está observando, André? Estes infelizes irmãos que nos não podem ver, pela deplorável situação de embrutecimento e inferioridade, estão sugando as forças do plasma sanguíneo dos animais. São famintos que causam piedade. Poucas vezes, em toda a vida, eu experimentara tamanha repugnância. As cenas mais tristes das zonas inferiores que, até ali, pudera observar, não me haviam impressionado com tamanho amargor. Desencarnados à procura de alimentos daquela espécie? Matadouro cheio de entidades perversas? Que significa tudo aquilo? Lembrei meus reduzidos estudos de História, remontando-me à época em que as gerações primitivas ofereciam aos supostos deuses o sangue de touros e cabritos. Estaria ali, naquele quadro horripilante, a representação antiga dos sacrifícios em altares de pedra? Deixei que as primeiras impressões me incandescessem o cérebro, a ponto de sentir, como noutro tempo, que minhas idéias vagueavam em turbilhão. Alexandre, contudo, solicito como sempre, acercou-se mais carinhosamente de mim e explicou: - Por que tamanha sensação de pavor, meu amigo? Saia de si mesmo, quebre a concha da interpretação pessoal e venha para o campo largo da justificação. Não visitamos, nós ambos, na esfera da Crosta, os açougues mais diversos? Lembro-me de que em meu antigo lar terrestre havia sempre grande contentamento familiar pela matança dos porcos. A carcaça de carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto do estômago. Com o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão inferiores quanto já o fomos, dos animais mortos, cujo sangue fumegante lhes oferece vigorosos elementos vitais. Sem dúvida, o quadro é lastimável; não nos compete, porém, lavrar as condenações. Cada coisa, cada ser, cada alma, permanece no processo evolutivo que lhe é próprio. E se já passamos pelas estações inferiores, compreendendo como é difícil a melhoria no plano de elevação, devemos guardar a disposição legítima de auxiliar sempre, mobilizando as melhores possibilidades ao nosso alcance, a serviço do próximo." Outra semelhança com os cultos afro-brasileiros está no urim e o tumim. Sobre essa forma de se comunicar com "Deus" no Velho Testamento, que lembra o jogo de búzios, lemos no Dicionário Bíblico Universal: "Palavras de sentido incerto: designam uma técnica divinatória que consiste em tirar a sorte várias vezes, usando duas pedrinhas ou bastõezinhos ou algum objeto semelhante. Um dos objetos trazia a primeira letra do alfabeto, o alef, inicial de urim, e o outro a última letra, o tau (cf. Ez 9,4), inicial de tumim? Pode-se imaginar isso. O modo como funcionava aparece em 1 Sm 13, 41-42, corrigido segundo o grego: “Saul disse: ‘Se a culpa está em mim... o Senhor... faça dar urim; se a culpa está em Israel, que dê tumim!’ Saul... foi designado. Saul disse: ‘Lançai a sorte sobre mim e meu filho Jônatas!’, e a sorte caiu em Jônatas”. Trata-se portanto de uma resposta por sim ou não, que vai progredindo por precisões sucessivas (cf. 1 Sm 23, 9-12) A operação poderia durar muito tempo (1 Sm 14, 18-19, corrigido segundo o grego). Acontecia às vezes que o oráculo se recusava a responder (1 Sm 14, 37, 28, 6). Sem dúvida, quando não saía nada ou quando os dois resultados saíam ao mesmo tempo. A manipulação das sortes era confiada ao sacerdote Eleazar (Nm 27, 21) ou à tribo de Levi (Dt 33, 8). Depois do reinado de Davi só se encontra uma menção (Esd 2, 63 = Ne 7, 65)." Um absurdo supor que Deus naqueles tempos, e somente naqueles tempos e não mais hoje, era visto e ouvido pelas pessoas, descendo das nuvens, falando face a face com os homens. Mas se conhecemos hoje a realidade da mediunidade e é um fato que ela sempre existiu, como podemos ver na analogia em diversos pontos entre os cultos afro-brasileiros de hoje em dia e os relatos bíblicos, devemos então concluir o óbvio. Escreveu Kardec em A Gênese: "Os inúmeros fatos contemporâneos de curas, aparições, possessões, dupla vista e outros, que se encontram relatados na Revue Spirite e lembrados nas observações acima, oferecem, até quanto aos pormenores, tão flagrante analogia com os que o Evangelho narra, que ressalta evidente a identidade dos efeitos e das causas. Não se compreende que o mesmo fato tivesse hoje uma causa natural e que essa causa fosse sobrenatural outrora; diabólica com uns e divina com outros. Se fora possível pô-los aqui em confronto uns com os outros, a comparação mais fácil se tornaria; não o permitem, porém, o número deles e os desenvolvimentos que a narrativa reclamaria". Paulo afirmou: "Vós recebestes a lei por mistérios dos anjos" (Atos 7:53), explicando ainda em Hebreus 2:2: "Por que a lei foi anunciada pelos anjos", e confirmando na mesma epistola, 1:14: "Espíritos são administradores, enviados para exercer o ministério". Também em Hebreus, (1:7) Paulo afirma: "o que faz os seus anjos espíritos e os seus ministros chamas de fogo". Está claro que os anjos são espíritos reveladores das leis de Deus aos homens, como afirma o Espiritismo. Paulo vai ainda mais longe, afirmando em Atos 7:30-31, que Deus falou a Moises através de um anjo na sarça ardente. Os anjos são, portanto, espíritos, ministros de Deus, que os faz chama de fogo nas aparições mediúnicas. Em Hebreus, 12:9, Paulo se refere a Deus como "Deus dos Espíritos". Houve casos estudados de manifestações de espíritos que eram na forma de línguas de fogo. Essas manifestações confirmam que os fenômenos de Pentecostes e o anjo da sarça ardente foram mediúnicos. Espiritismo reconhece a ação de Deus na Bíblia, mas não pode admiti-la como a "Palavra de Deus". Na verdade, como ensinou o apóstolo Paulo, foram os mensageiros de Deus, os Espíritos, que guiaram o povo de Israel, através dos médiuns, então chamados profetas. O próprio Moisés era um médium, em constante ligação com Iavé ou Javé, o deus bíblico, violento e irascível, tão diferente do Deus Pai do Evangelho. Devemos respeitar a Bíblia no seu exato valor, mas nunca fazer dela um mito, um novo bezerro de ouro. Deus não ditou nem dita livros aos homens. Em Números, 11:23-25, temos a descrição de dois fatos mediúnicos valiosos. Primeiro, o Senhor fala a Moisés(fenômeno de audiência). Depois, Moisés reúne os setenta anciãos, formando uma roda, e o Senhor se manifesta materialmente “descendo numa nuvem”. Fenômeno evidente de materialização de Javé, através da mediunidade dos anciãos, reunidos para isso na Tenda, cedendo ectoplasma para o fenômeno. A nuvem é a formação de ectoplasma na qual o espírito se corporifica. Só os que não conhecem os fenômenos espíritas podem aceitar que ali se deu um milagre, um fato sobrenatural. E podem aceitar, também, a manifestação do próprio Deus. Longe disso. Javé era o espírito protetor de Israel, que se apresentava como Deus, porque a mentalidade dos povos do tempo era mitológica, e os espíritos eram considerados deuses. O filósofo Tales de Mileto já dizia, na Grécia, cinco séculos antes do Cristo: "O mundo é cheio de deuses". Os espíritos elevados eram considerados deuses benéficos, e os espíritos inferiores eram deuses maléficos. O Capítulo V do Deuteronômio é inteiramente mediúnico. Mas convém lembrar que os sucessos desse capítulo são melhor compreendidos quando lemos o Êxodo, caps. 18 a 20. Nos versículos 13 a 16, do capítulo 18, vemos Moisés diante do povo, para ser o mediador, o interprete - mas na verdade o médium -, entre Deus e o povo. Nos versículos 22 a 31, Cap. V, do Deuteronômio, temos uma bonita descrição de conhecidos fenômenos mediúnicos: o monte Horebe envolto em chamas,a nuvem de fluídos ectoplasmáticos (materializantes), e a voz-direta (novamente, fenômeno de audiência) de Javé. que falava do meio do fogo, sem se apresentar ao povo. E Moisés, como sempre, servindo de intermediário, na sua função mediúnica. Por fim, Javé recomenda a Moisés que mande o povo embora, mas permaneça com ele, para receber as demais instruções.(Vers. 31, cap. 5 de Deut.) No famoso cap. 18 de Deuteronômio, tão citado contra o Espiritismo, logo após os versículos das proibições, temos a promessa de Javé, de que suscitará um grande profeta para auxiliar e orientar o povo. Como fazia com Moisés, o próprio Javé promete que porá as suas palavras na boca desse médium. Não obstante, sabendo que todo médium está sujeito a envaidecer-se e dar entrada a espíritos perturbadores, Javé determina que o profeta seja morto: "Se falar em nome de outros deuses". Esta passagem (vers. 20 do cap. XVIII) é mais uma confirmação bíblica do ensino espírita de que, naquele tempo, os espíritos eram chamados "deuses". Javé era espírito-guia do povo hebreu, e por isso considerado como o seu Deus, o único verdadeiro. Mas os profetas (médiuns) de Javé podiam receber outros deuses, como Baal, Apolo ou Zeus, pelo que a proibição bíblica nesse sentido é terrível e desumana, como podemos ver nos textos. A evolução espiritual do povo hebreu permitiria a Jesus vir corrigir esses abusos e substituir a concepção bárbara de Deus dos Exércitos pela concepção evangélica do Deus-Pai, cheio de amor com todas as criaturas. O Espírito que ditou os Dez Mandamentos a Moisés desempenhava uma elevada missão, preparando o povo hebreu para o monoteísmo, a crença num só Deus, pois os deuses da Antiguidade eram mitos. Os textos que narram a recepção dos dez mandamentos, que por falta de espaço não reproduziremos, demonstram que houve certas precauções visando à obtenção de fenômenos tipicamente espíritas, da modalidade de efeitos físicos. Devido às grandes proporções que eles haveriam de assumir naquela ocasião, foram as precauções suscitadas inclusive ao povo (Êxodo 19:9-5). Num determinado momento, a "nuvem espessa", mais que materialização do espírito Javé, constitui foco cumulativo de energias ectoplasmáticas, as quais proporcionaram contundentes manifestações espirituais, e que tinham por fim suscitar o respeito e a crença daquele povo, deveras embrutecido para compreender as realidades extra-físicas. Mas as características espíritas da fenomenologia narrada se evidenciam ainda mais na observância de três precauções tipicamente relacionadas à obtenção de bons resultados durante as ectoplasmias: 1 - Abstinência sexual(não chegueis a mulher - Êxodo 19:15), para que houvesse suficiente reserva de energias ectoplasmáticas, principalmente as que se desarticulam do centro de força genésico. 2- Assepsia corporal (lavem eles os seus vestidos - Êxodo 19:10-14), a fim de que bactérias e germes não contaminassem o ectoplasma, prejudicando seus potenciais de utilização por parte de Espíritos eminentemente superiores 3 - Elevação moral (santifica o povo - Êxodo 19:10-14), para que houvesse sintonia vibratória com os planos superiores da vida, mínima que fosse, pela oração. Apesar, porém, do rigoroso preparo, o povo não pôde trespassar certas limitações geográficas, e nem mesmo os sacerdotes o puderam (Êxodo 19:24). É que tais limites deveriam coincidir com determinadas fronteiras vibratórias fixadas pelos Elohim (em geral, Espíritos protetores dos hebreus), cuja finalidade era o isolamento do local em que eles, posteriormente descritos como "anjos" (Cf. Atos 7:53, Gálatas 3:19 e Hebreus 2:2), entregariam a Moisés, sob a chefia de Javé, a pneumatografia dos mandamentos, em tábuas de pedra. Se Espíritos infelizes trespassassem o isolamento vibratório, prejudicariam os trabalhos espirituais, e sabemos que somente poderiam fazê-lo na condição de acólitos de certos indivíduos com eles identificados (Cf. Kardec, O Livro dos Médiuns, 330, e André Luiz, Missionários da Luz; psicografia de Francisco Cândido Xavier, cap. 10 - Materialização, p. 109/10) Nas páginas da Bíblia encontramos não só o relato de fenômenos espíritas ocorridos com o povo hebreu, mas também ensinamentos precisos e claros sobre a mediunidade. No Capitulo XII, do Livro de Números, vemos Javé dar aos Hebreus uma das lições que só mais tarde apareceriam de novo, mas então no Livro dos Médiuns, de Allan Kardec. Mirian e Aarão falavam mal de Moisés, por haver ele tomado uma nova mulher, de origem cusita. Javé não gostou disso e subitamente "desceu da nuvem", para repreende-los. Descer da nuvem é materializar-se, pois a nuvem é simplesmente a formação de ectoplasma, como a Bíblia deixa bem claro nos seus relatos. Imagina se o Senhor do Universo, o Deus-Pai do Evangelho, faria este papel de alcoviteiro!! Seria absurdo tomarmos este Javé, sempre imiscuído nos assuntos domésticos, pelo próprio Deus! Como espírito-guia, podemos compreende-lo. E é como espírito-guia que ele repreende os maldizentes, castiga Mirian, mas antes ensina. Primeiro, diz ele que pode manifestar-se aos profetas (médiuns) por meio de visão (vidência) ou de sonhos. Depois, lembrando que Moises é o seu instrumento para direção do povo, esclareceu: "Não é assim com o meu servo Moises, que é fiel em toda a minha casa". E acrescenta: "Boca a boca fale com ele, claramente e não por enigmas". Cinco formas de mediunidade figuram nesse ensino bíblico: 1) vidência; 2) a de desprendimento, ou sonambúlica; 3) a de materialização; 4)a de voz-direta; 5)a de audiência. O próprio Javé ensinava a mediunidade, como o apóstolo Paulo, em sua Primeira Epistola aos Coríntios, ensinaria mais tarde a fazer uma reunião mediúnica. Em várias outras passagens, Javé(Yahweh) fala através da boca dos profetas (Isaías 52:6; Ezequiel 17:21), ou seja, fenômeno de psicofonia ou “incorporação”. Há também diversas manifestações de espíritos atrasados na Bíblia associadas a Deus. Mas o Deus que amamos e adoramos não pode estar sujeito as paixões humanas. Não se concebe um Deus de infinita perfeição tomado de rancor, pronto a descarregar sobre suas criaturas a sua tremenda ira. E no entanto, embora Ele se diga "misericordioso e piedoso, tardio em se irar e grande em beneficência e verdade" (Ex. 34:6), contam-se para mais de 60 acessos de cólera entre os livros Êxodo e II Reis. Nos parece estranho também pensar que o Deus Criador, onipresente, "habitava no tabernáculo" (II Samuel 7:6), ou "de tenda em tenda" (I Crônicas 17:5). Ou que Deus "se comprazia com o cheiro dos animais imolados em holocausto" (Números 29:36). Como foi dito, se deliciar com animais mortos é coisa de espíritos atrasados, espíritos ligados a matéria, como os espíritos que se deliciam com os despachos nos cultos afro-brasileiros. Quem examinar com isenção o texto bíblico, observará que aquele Javé do Antigo Testamento nada tem de comum com o Deus apresentado por Jesus no Novo. É possível também que muitas das manifestações de Deus no Antigo Testamento sejam apenas lendas mitológicas como as de todos os outros povos da Antiguidade, e eram os profetas quem, com o propósito de infundir respeito, atribuiam a Divindade todos aqueles rompantes de ferocidade de que o Antigo Testamento está repleto. Mas tudo faz crer que o protetor imediato da nação judaica era uma Entidade mais ou menos identificada com a índole guerreira da raça. Cada homem, cada povo, tem o Guia Espiritual que merece, compatível com o seu grau de evolução moral. Podia ser, talvez, um dos antepassados, com autoridade para impor seu domínio sobre os homens. Tais entidades, por atrasadas que sejam, não ficam ao desamparo da Espiritualidade Superior, mas é claro que esta não pode impor ensinamentos que os assistidos não estejam ainda em condições de assimilar. A evolução tem que vir naturalmente, sempre respeitando o livre-arbítrio de cada ser. O mesmo ocorre ainda hoje, com os "preto-velhos" e "orixás" que orientam os cultos africanos. Quando se dedicam ao bem, trabalhando em favor dos que sofrem, recebem assistência e orientação dos Espíritos elevados. Se preferem a prática do mal, tornam-se vitimas de entidades malévolas e ficam entregues a própria sorte até que, caindo em si, percebam a voz da consciência e, arrependidos, se voltem para Deus. "Falava Deus a Moisés face a face, como qualquer homem fala ao seu amigo" (Êxodo 33-11) e contudo “Deus” advertiu Moisés: "Não poderás ver a minha face, porque homem nenhum verá a minha face e viverá" (Êxodo 33:20) e em seguida abriu uma concessão: “ver-me-as pelas costas, mas a minha face não se verá” (Êxodo 33:23). E no entanto o próprio Deus afirmou: “Eu falo com Moisés boca a boca e ele vê a forma do Senhor” (Num. 12:8) e mais: “Cara a cara o Senhor falou conosco no monte, no meio do fogo” (Deut. 5:4) e "(Moisés) a quem o Senhor conhecera cara a cara" (Deut. 34:10). Finalmente, "Deus por duas vezes apareceu a Salomão" (I Reis 11:9). Afinal, Deus foi visto ou não? Acontece que podemos ver a que o legislador hebreu não falava apenas com Javé (Yahweh), pois era outro espírito que lhe dizia: "Vai ao povo e santifica-o hoje e amanhã, que no terceiro dia o Senhor descerá" (Êxodo 19:10-11). Ou ainda: "Protesta ao povo para que não trespasse o termo para ver o Senhor" (Êxodo 19:21). Um outro espírito mencionando o nome do Senhor. Mas este outro Espírito também é chamado "Senhor" nas traduções, o que causa confusão. Mas deve-se isso ao fato de que foram indistintamente traduzidas por "Senhor" e "Deus" as palavras El, Yahweh, Elohá, e Elohim, que denominavam a Deus e a Espíritos de diversas classes, desde a pureza de Elohá Yahweh e a superioridade de seus ministros, os Elohim, até a inferioridade dos Refaim e Shedim(cf TORRES PASTORINO, La Reencarnación em el Antiguo Testamento, Revista SPIRITVS, dezembro de 1964, p. 19-28). Argumenta ainda, em outra parte, o afamado autor de "Minutos de Sabedoria": "Quando se trata de DEUS O ABSOLUTO, sem forma, jamais criatura alguma poderá vê-lo, como está escrito em Êxodo (33:20). Mas com YHWH é diferente (Números, 12:6-8). Pastorino apresenta as seguintes palavras de Moisés como prova da existência de comunicação dos hebreus com espíritos de diversas categorias, em Deut. 32:17-19: "... Inmolaron a los SHEDIM e no a ELOHÁ, a ELOHIM desconocidos, nuevos, aparecidos ha pouco, no temidos por vuestros padres. Olvidaste la ROCA que te engendró, y olvidaste a EL, que te dió el ser. Vió esto YHWH e los despreció, enojado por los hijos e las hijas"(La Reencarnación en el Antiguo Testamento, Revista SPIRITVS, dezembro de 1964, p. 28). Este texto do Velho Testamento está assim consignado na tradução portuguesa do Pe. Matos Soares: "Sacrificaram aos demônios e não a Deus, a deuses que desconheciam; vieram deuses novos e recentes, que seus pais não tinham adorado. - Abandonaste o Deus que te gerou, e esqueceste do Senhor teu criador - o Senhor viu (isto), e acendeu-se em ira, porque o provocaram seus filhos e filhas". Como vemos, o Espiritismo(em O Livro dos Espíritos) esclarece tudo isso, ensinando que outrora os Espíritos eram deuses para o homem. Não se compreendia bem que nos fenômenos mediúnicos se tratava com seres humanos desencarnados (uns mais, outro menos evoluídos), os quais sofriam então um processo de deificação. É assim que temos mais um grande princípio de aplicação do Salmo 82, versículo 6: Vós sois deuses(Elohim). E todos vós sois filhos do Altíssimo; exatamente porque todos somos Espíritos, os seres inteligentes do Universo; todos somos filhos de Deus, pois que somos obra sua. (O Livro dos Espíritos, 77) O trecho bíblico em Gênesis 3:22, assim como Gênesis 1:26 ("Façamos o homem à nossa imagem, como nossa semelhança"), pertencem, no texto primitivo, aos Elohim, ou seja, aos outrora chamados "deuses", aos espíritos superiores: os prepostos do Criador, porque mensageiros (anjos), executores de suas leis. É, pois, em vão que as teologias tentam identificar a forma plural Elohim com a Trindade, já que em Deuteronômio 32:17, conforme vimos na versão espanhola para o texto de Pastorino, a mesma forma plural Elohim é utilizada para se referir a "deuses falsos", conforme registram hoje mesmo certas versões bíblicas, como a Bíblia de Jerusalém, católica (Ed. Paulinas, 1985), ou, ainda, simplesmente "deuses", como a versão de Almeida (revista e corrigida, 1969) para I Samuel 28:13,onde a pitonisa através da qual o rei Saul conversou com Samuel (já morto), afirma: "Vejo deuses que sobem da terra", isto é, porque acreditava-se que os espíritos habitavam o Scheol, imaginado abaixo da terra. Nenhuma diferença existe entre o passado e o presente. Deus é o mesmo, os espíritos protetores são os mesmos, nada mudou. Não houve uma época no passado diferente e que não existe no presente. Assim sendo, somente a interpretação espírita resta absolutamente coerente! Javé (Yahweh) não era Deus, o Criador, mas seu representante na Terra, um dos Elohim("anjos", ou seja, espíritos mensageiros de Deus). E por ser o mais evoluído, era deles o chefe, o superior hierárquico. Não sendo Deus, e sim um espírito deificado, tinha sua forma vista por Moisés (cf Números 12:6-8) com quem falava face a face como um homem fala com outro (cf Êxodo 33:11). Ora! Acaso Deus tem forma e fala como um homem fala a outro?... Destruídas as primeiras tábuas de pedra, nas quais foram pneumatografados (isto é, escritos diretamente pelo Espírito), o legislador hebreu foi novamente ao monte, por ordem de Yahweh, e, materializado numa concentração ectoplasmática ("nuvem"), o excelso Guia Espiritual pneumatografou mais uma vez os imortais comandos (Êxodo 34:1-5) Ocorreu, assim, a primeira grande revelação da Lei de Deus aos homens, Tudo isso pelas sagradas leis da Mediunidade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

PAPUS – O MÉDICO ALQUIMISTA

Postado em Mythos Editora Gérard Anaclet Vincent Encausse, conhecido nos meios místicos como Papus, foi um dos maiores estudiosos das ciências ocultas do século 19. Sua genialidade e dedicação marcaram sua vida, e ele deixou um vasto conjunto de obras que abrangem os vários caminhos que levam o homem a se conectar à sua natureza divina. - Alex Alprim - Existem homens sobre os quais não basta simplesmente dizer quando nasceram, ou o que fizeram durante sua existência física. Seu trabalho segue em tantas direções e possui um impacto tão profundo no saber da humanidade, que é necessário ir além do relato biográfico. Papus é um desses homens, mas como temos de iniciar num ponto, façamo-lo a partir de seu nascimento. Ele veio ao mundo no dia 13 de julho de 1865, em La Coruna, Espanha. Sua mãe era uma cigana espanhola, Irene Perez; seu pai, Louis Encausse, era um químico francês. Dessa forma, ele já nascia tendo no sangue a magia do povo cigano unido à tradição química francesa, que, por sua vez, tinha profundas origens na alquimia européia do século 17. Em sua casa também viveu num ambiente favorável ao estudo das artes divinatórias, como o tarô e o estudo da alma humana. Podese dizer que a espiritualidade em Papus veio do berço. Em 1869, mudou-se com a família para Paris, onde iniciou seus estudos regulares no colégio Rollin. Sua inclinação para a medicina surgiu ainda jovem e, aos dezessete anos, foi para a famosa Faculdade de Medicina de Paris. Ainda assim, apesar de toda sua dedicação nos estudos da razão e das ciências em sua essência mais materialista, não se afastou dos conhecimentos esotéricos. Na verdade, ele nunca se afastou do ocultismo, o que pode ser verificado a partir dos relatos de alguns companheiros da época. Enquanto muitos jovens estavam vivendo a intensa efervescência política pela qual atravessava a Europa, ele passava grande tempo na Biblioteca Nacional de Paris ou na Biblioteca do Arsenal (que possuem imensos acervos de obras ocultistas) estudando tudo que pudesse revelar os caminhos da alquimia e da cabala e o conhecimento para se atingir o saber das Chaves Divinas. Além da agitação política, no século 19, a Europa também vivia um grande florescimento esotérico; um sem-número de sociedades filosóficas surgiam e algumas delas se destacaram, como a Sociedade dos Filósofos Desconhecidos, fundada por Louis Claude de Saint-Martin um século antes, e na qual Papus teria recebido sua iniciação ao Caminho. Segundo documentos da época, Papus foi iniciado por Henri Delaage, em 1882. Nessa sociedade, ele se destacaria por sua genialidade e intensa disciplina, o que o levou rapidamente a integrar o círculo interno da organização. Isso ocorreu num período que abrange dos dezessete aos vinte anos de idade, o que é um feito e tanto para alguém tão jovem. Aos vinte e dois anos, escreveu sua primeira obra, que se tornaria um marco para todos que pesquisavam a base das ciências ocultas no ocidente: o Ocultismo Contemporâneo. ´Mas ele não parou por aí: aos vinte e cinco anos, já era uma celebridade na França e conhecido em vários países, tendo publicado Tratado Elementar de Ciências Oculta, Tarot dos Boêmios, Tratado Metódico de Ciência Oculta, A Cabala e Tratado Elementar de Magia Prática. Esse ímpeto de conhecer, estudar e se aprofundar em todas as ciências não tardaria a levar o jovem Papus a uma jornada literária. Escrevendo continuamente durante várias décadas, sua produção chegaria a mais de 160 títulos, abordando todos os campos do conhecimento ocultista e médico. Sua mente agitada e a intensa dedicação ao estudo do oculto levaram-no a fundar uma nova sociedade de estudos. A idéia era que esse grupo não apenas complementasse sua ânsia de aprender, mas também reunisse pessoas que estivessem sintonizadas com os grandes ideais da humanidade e divulgassem a espiritualidade. Foi assim que, em 1889, surgiu o Grupo Independente de Estudos Esotéricos (GIDEE), que mais tarde se tornaria a conhecida Escola Hermética. Papus também iniciou a publicação das famosas revistas A Iniciação e Véu de Ísis, que divulgavam estudos e textos sobre as ciências ocultas e estabeleciam um contraponto ao materialismo que tomava de assalto as instituições de ensino, tanto na França quanto em outros países, com o objetivo declarado ou não de acabar com as trevas da ignorância espiritualista. Mais Que um Médico Apesar de toda sua dedicação ao mundo ocultista, Papus não abandonou suas obrigações como médico e trabalhou nos hospitais de Paris. Defendeu sua tese de medicina - A Anatomia Filosófica e Suas Divisões -, a qual foi elogiada pela profundidade e clareza com que foi elaborada. Posteriormente, defendeu outra tese, chamada Compêndio de Fisiologia Sintética, tão elogiada nos meios acadêmicos quanto a anterior. Sua dedicação à medicina e seus escritos de fisiologia mostravam um homem que absorvia tanto saber quanto era produzido pelo mundo. Nos sábios de tempos passados ele foi buscar os caminhos da cura e das ciências perdidas. O grande Paracelso foi um exemplo para o jovem buscador que, assim, iniciou uma série de viagens pela Europa, percorrendo bibliotecas, questionando estudiosos do oculto e os homens da razão. Conheceu curandeiros, médicos, teve contato com a homeopatia e estudou tudo o que lhe caísse às mãos. Sem preconceitos, foi até os limites da ciência, por mais obscura que fosse. Além de procurar compreender os princípios mecânicos do funcionamento do corpo, Papus tentava, por meio da cabala e da alquimia, descobrir outros aspectos da saúde e da cura, antevendo nas ciências ocultas a chave para o tratamento dos males que afligiam a humanidade. Existem curas creditadas a ele que beiram o milagroso. Diz-se que ele sabia das doenças, causas e reações dos pacientes sem que estes lhe dirigissem a palavra, assombrando a todos com a exatidão de suas observações. E muitos casos se resolviam enquanto Papus conversava com seus pacientes: dores sumiam, mal-estares desapareciam, sem a utilização de remédios. Para analisar um doente e dar o diagnóstico, Papus analisava seu campo astral e, depois, usava uma técnica semelhante às técnicas energéticas orientais; ele aplicava uma "força-vital" que reequilibrava a psique e a fisiologia da pessoa, restabelecendo a saúde do doente. Segundo seus escritos, existiam as doenças do corpo (material), do astral (mental) e do espírito (espiritual), e para cada uma delas existe um conjunto de técnicas e remédios possíveis. Por exemplo, as doenças do corpo podem ser curadas pela medicina dos contrários (alopatia); já as doenças do astral são tratadas pela homeopatia; as doenças do espírito são curadas pela força da oração e da magia, desde que o problema não tenha nascido como resultado de uma questão cármica, pois isso está fora da alçada apenas do curador: o paciente deve ser parte ativa na cura, e o curador age apenas como um guia. A Medicina Oculta (os conhecimentos que permitem agir além do plano físico na cura dos pacientes) era parte integrante das técnicas de Papus, pois é relatado que ele curava a distância, usando para isso objetos pertencentes aos doentes, fossem suas excreções ou objetos próximos a eles; além disso, diagnosticava usando seus dons paranormais, que iam da clarividência a viagens a distância, provavelmente usando seu corpo astral. Praticou de tudo. Conectou-se a linhas de trabalho que iam da alopatia à hipnose. Pode-se dizer que foi o percussor do "holismo", pois não dispensava uma análise integral do ser humano para achar a causa das doenças, e as tratava como algo mais do que uma disfunção física, mas sim como uma questão que envolvia os corpos sutis em comunhão com o universo físico. Os Grandes Mistérios do Mundo Além de estudar e praticar os aspectos mais obscuros das ciências místicas, Papus procurava conhecer o legado da antigüidade egípcia e os mistérios dos gregos e romanos. Concluiu que, na verdade, o bem-estar do homem e o seu grau de desenvolvimento material refletiam o quanto este estava envolvido com a Iniciação aos planos superiores de existência. Dessa forma, ele acreditava que a máxima dita no Templo de Delfos - "conhece-te a ti mesmo, que conhecerás o Universo e os deuses" - seria a grande chave mística para toda a humanidade e para a cura dos grandes males que a assolam. O nome Papus - que significa "o médico da primeira hora" -, foi baseado em um nome que surgia na conhecida obra Nuctameron, escrita pelo sábio da Antigüidade, Apolônio de Tiana. E é um nome que representa muito bem o que foi a vida de Papus, pois também significa aquele que não mede sacrifícios para cumprir o seu papel de curador e conselheiro, estando preparado para ajudar o próximo a qualquer hora. Papus se consagrou ao estudo de como a chamada Luz Astral (chi, para os chineses; energia astral, para os praticantes da New Age) age em nossos corpos, e do papel da mente e suas relações com o homem. Suas pesquisas incluíam fenômenos hipnóticos, espíritas e parapsicológicos, sempre com o objetivo de unir a mais alta razão científica aos mistérios do ocultismo. A Escola Hermética, a qual fundara anos antes, reunia os mais famosos ocultistas de que se tem notícia, numa época áurea da humanidade em que tantos desbravaram a antiga sabedoria do mundo místico e esotérico. Homens como Stanislas de Guaita, Sedir, Barlet, Peladan, Chamuel, Marc Haven, Maurice Barres, Victor-Emile Michelet, entre outros, fizeram parte do grupo de Papus, e esses estudiosos recrutavam outros membros para a ordem, criando uma rede de pessoas dedicadas à elevação da humanidade com um todo. Papus faleceu em 25 de outubro de 1916, aos 51 anos de idade. Seu maior legado foi uma vida inteira dedicada aos seres humano e, especialmente, voltada para explorar os caminhos do espírito, sempre demonstrando imensa compaixão e amor pelo conhecimento.