És a nata da criação, Criatura criada para criar, detentora
da vida. És a dona de nossas cabeças, mãe dos seres viventes. És deusa!
Estigmatizada pelos moralmente débeis, marcada pela hipócrita religião,
queimada, como coisa qualquer, pelos "portadores do amor", filhos do
Pai.
Pai? Sem mãe? Homens! És a verdadeira heroína, a única
legítima, sim, és tu mulher. Pobres dos que só a valorizam, quando a vêem
estampando as revistas mundiais, desfilando nas passarelas. Esquecem-se esses
pobres homens de que, também, és aquela mulher sem formação acadêmica, sem
colares de diamantes ao pescoço, sem os vestidos e perfumes, Lembram-se de homenagiar-te
uma vez ao ano, quando, na verdade, estás aqui durante todos os dias, nos
amando, nos querendo, nos ensinando, nos sustentando, nos tomando pela mão, mal
dormindo à noite por nossa causa... Não, não podemos deixar de falar sobre as
inúmeras de tuas filhas que nada têm a comemorar nesse dia, nem em dia algum
sobre a terra, tamanha é a humilhação que passam por causa de maus tratos,
agressões físicas e desrespeito da parte dos homens ( se é que podemos
chamá-los assim ).
Não raramente, tais "homens" não são os parentes
distantes, nem os vizinhos, mas, sim, os próprios esposos, os próprios pais,
padrastos com quem convivem debaixo do mesmo teto. Um dia, esses malditos serão
lavadas, mãe de todos.
Um dia, receberás o devido valor que mereces, e toda a
excremento humano será lançado nas trevas exteriores. És a nata da criação,
Criatura, criada para criar, detentora da vida, és dona de meu coração. És
deusa, és humana, és a terra, o ar, a água, o fogo, és mulher! Mulher, és
lenha, és fogueira, és arco e aliança.
Dilúvio de sentimentos, paixões, amores, terremoto de
sensualidade. Às vezes, somos invadidos por uma sensação de que todas as coisas
já nos foram apresentadas e que motivos para permanecermos aqui, já não temos.
A vida perde o seu brilho, o seu cheiro, o seu calor; nos
sentimos vazios, tristes, solitários, envoltos pelos apertados braços da
descrença, do rancor e da desilusão. Aí, de repente, sem dizer-nos a sua origem
e nem o que veio fazer, chega-nos o Amor, esse sentimento louco, irrefreável,
desvairado,e incompreensível sentimento, e transforma todo o nosso universo
particular.
Tudo volta a ser escrito pelas mãos do universo... A Vida,
aliada ao Amor, reencontra a razão de sua da sua própria vida, reencontra o
caminho oculto pelas pedras na estrada. Assim, ela subsiste: o nosso
renascimento se faz. Às vezes, temos a sensação de que todas as coisas que nos
apresentaram já não têm graça. A vida ainda sustenta o seu brilho, porém, de
tão embaçado e turvo, já não nos inspira à contemplação; o seu cheiro ainda
está lá, contudo, torna-se comum, medíocre e sem valor.
O seu calor já não aquece. Nos sentimos cheios...porém
cheios demais: precisamos reformular-nos completamente, para que não sucubamos
diante de nossa própria imagem refletida. A nova perda da fé, volta à nossa
vida, mas, por não ser tão nova assim, não merece muita atenção: tudo é tão
monótono! Falta-nos, novamente, o Amor? Não, absolutamente. O que nos falta é
alguém real para amarmos! A vida não acabou... Estou num estado tão próximo do céu,
tão alto, que sou capaz de ouví-lo. Mas o céu não me ouve. Dizem que há
salvação e esperança, dizem que há remédio para as doenças, dizem que a morte
não será eterna; mas não permanecerei aqui, esperando por essa tal redenção.
Minha vida está sendo gasta e perde o seu valor a cada pôr-do-sol! Ouço falar
que o amor é o que mais valioso existe, vejo o que esse tal amor é capaz de
fazer. Mas permanecem afirmando que há esperança para mim!
São as lágrimas que não me deixam secar, nesse vale de sal e
podridão! NÃO ME DEIXAREI VENCER EU ME AMO E NÃO ME DESVALORIZAREI, SOU DE
DEUS, TENHO LUZ E MEREÇO AMOR, SE NINGUEM ME AMA EU ME AMO!
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