Vamos
comentar a linha de Umbanda a partir de seus fundamentos ocultos, pois só assim
entenderão a abrangência do termo “lei” na vida de um ser humano. Antes vamos
esclarecer algumas lacunas existentes, senão o conhecimento que transmitiremos
ficará incompreensivo.
Divindade,
todos sabem o que são. Por divindade entendemos um ser divino portador de
qualidades superiores e localizadas numa faixa vibratória exclusiva do Divino
Criador, onde Ele Se manifestará de forma já individualizada em Seus Tronos.
Deus, quando Se nos mostra de forma individualizada, está atuando em nossas
vidas através das Suas hierarquias divinas formadas por divindades.
Portanto,
divindades são seres superiores que manifestam as qualidades de Deus.
Muitos já
ouviram falar em deuses do fogo, deusas das águas, deus do trovão, etc.
Entendam esses “deuses e deusas” como divindades que são “senhores” do fogo, da
água, do trovão, etc. E por senhores, entendam as divindades que guardam os
mistérios desses elementos da natureza. Então temos os orixás do fogo, da água,
do ar, etc.
Essa
categoria de orixás elementais não interfere em nossas vidas, pois já nos
afastamos do estágio elemental da evolução. Sim, nós já fomos seres elementais.
Mas esse estágio da evolução já foi vivido a tanto tempo, que dele só guardamos
lembranças vagas em nosso subconsciente.
Essas
divindades ou orixás elementais são manifestadores energéticos das qualidades
de Deus, e nós os chamamos de orixás do fogo, da água, do ar, etc.
Mas
temos, nas hierarquias divinas, os Tronos (ou orixás) Encantados, que são os
que atuam mentalmente e por magnetismo energético, que é tão forte que mantém à
sua volta os seres que sustentam mentalmente.
Por isso
são chamados de Orixás Encantados: possuem um magnetismo tão forte que
“encantam” os seres que amparam mentalmente e sustentam energeticamente.
Depois,
nas hierarquias divinas, temos os Orixás Naturais, que atuam mentalmente,
energeticamente e consciencialmente, pois têm como uma de suas atribuições,
despertar a consciência dos seres sobre si mesmos e sobre o universo onde vivem
e evoluem. Nós somos um exemplo, pois estamos despertando nossa consciência e
adquirindo a capacidade de raciocinarmos a partir de fatos consumados, que nos
fornecem os conhecimentos que precisamos para não repetirmos os mesmos erros e
aprimorarmos nossos conceitos sobre a vida.
aprimorarmos nossos conceitos sobre a vida.
Às
divindades ou orixás que atuam a partir de nossa consciência, nós os chamamos
de “Orixás Naturais” porque tanto atuam sobre a natureza física como sobre a
energética, e também sobre a natureza íntima dos seres, ou seja, sobre suas
consciências.
Sim,
todos possuem uma natureza íntima que, pouco a pouco, vai individualizando-o e
distinguindo-o entre seus semelhantes.
Por isso
eu sou quem sou e não sou outro.
Ao me
reconhecer estou me individualizando e me diferenciando e me diferenciando dos
meus irmãos, que se são meus semelhantes, no entanto não são iguais a mim; não
tem os mesmos gostos, as mesmas vontades, desejos ou ambições de vida. Eu
aprecio as coisas religiosas. Meu irmão prefere as coisas esportivas e outro
prefere as
coisas literárias.
coisas literárias.
Três
seres, três cabeças e três naturezas “individualizadas” e diferentes entre si,
já que vibram anseios diferentes dentro do mesmo universo onde vivemos e
evoluímos.
É neste
vasto campo natural que atuam as divindades ou Orixás Naturais: sobre naturezas
individualizadas, mas que estão vivendo lado a lado! Sim, porque os orixás
elementais atuam em naturezas bem definidas e isoladas: uns atuam no elemento
fogo e seus domínios são ígneos, outros atuam sobre o elemento água e seus
domínios são
aquáticos.
aquáticos.
Já os
Orixás Encantados não atuam sobre os elementos fogo ou água, e sim sobre as
naturezas dos seres, mas de uma forma geral, pois os seres ainda são
inconscientes ou não individualizados.
Os seres
encantados são amparados pelo que chamamos de “consciência coletiva”. Essa
consciência coletiva é sustentada pelo orixá encantado que ampara, se aquático,
seres da água, ou seres ígneos se for um orixá do fogo.
Então
temos que um orixá da água sustenta seres já individualizados energeticamente,
mas não mentalmente, pois a consciência do regente, totalmente identificada com
o elemento que o distingue, o torna tão atrativo magneticamente que os seres
que ele ampara sentem-se parte dele.
Como
exemplo podemos recorrer a uma samambaia, que é um fino caule sustentando
muitas folhas. E se, cada uma delas é uma folha, no entanto sem o caule elas
não vivem, e este, sem elas, deixa de ser visto como uma samambaia.
A
simbiose mental entre o orixá encantado e os seres “encantados” é tanta que
através de um deles podemos ver o orixá que o rege, o ampara e o sustenta. E
retirá-lo do domínio do orixá é como arrancarmos um fio de cabelo de nossa
cabeça: doerá em nós e o fio morrerá!
Ou como
na samambaia: a folha secará e o caule ficará desfigurado, pois um e outra se
confundem na formação da samambaia.
Isso é
orixá encantado e seres encantados da natureza, seres individualizados energeticamente,
mas que ainda estão tão intimamente ligados consciencialmente, que são
indissociáveis. E esta ligação é mental, pois os seres vibram o que o orixá
vibra, e este sente todo e qualquer desequilíbrio vibratório em seus
“encantados”.
Um ser
encantado é capaz de manifestar todas as qualidades do orixá encantado que o
rege, pois ele é como a folha da samambaia: traz em si as qualidades que a
definem como samambaia!
Assim,
uma encantada de Yemanjá traz em si as qualidades da Yemanjá encantada que a
rege, que a torna em si mesma uma Yemanjá. E manifesta todas as qualidades de
sua regente justamente porque está intimamente ligada a ela, e é em si mesma
uma extensão da sua regente Yemanjá encantada!
Um ser
encantado não consegue se ver individualmente, pois sente-se parte do mental
coletivo centralizado no orixá que o rege e o guia em todos os sentidos.
Este é o
estágio encantado da evolução dos seres. Já o estágio seguinte, nós os chamamos
de “estágio natural da evolução” porque é nele que os seres individualizam-se e
vão assumindo conscientemente o controle de suas naturezas intimas, aprendendo
a discernir as características que os tornam diferentes de seus semelhantes.
Então
surgem os seres naturais, cada um com um gosto ou predileção que o individualiza e o afiniza com outros orixás.
surgem os seres naturais, cada um com um gosto ou predileção que o individualiza e o afiniza com outros orixás.
Se uma
encantada de Yemanjá era regida só pelo elemento água, pois sua natureza é
aquática, uma natural de Yemanjá continua a ser regida pelo elemento água, mas
se ela sente uma predileção pelo elemento ar, então sua natureza intima a
direcionará para esse novo elemento e logo ela será diferenciada e distinguida
como uma “Yemanjá do ar”.
E aí, no
estágio natural da evolução, encontramos Yemanjás do ar, da terra, dos
minerais, dos cristais, etc.
A
individualização permite ao ser uma conscientização contínua e proporciona a
ele um novo campo de atuação, pois se a encantada de Yemanjá só atuava no
elemento água, a natural de Yemanjá tanto atua água quanto no ar, ou na terra
ou nos minerais, etc. E, porque o ser adquiriu uma consciência de que pode
acrescentar outras qualidades às qualidades originais do elemento água, então
se guiará no novo elemento sustentado por dois orixás: um da água (Yemanjá) e
outro do ar (Iansã).
Isto que
acabamos de descrever aplica-se a todos os Orixás Naturais e os seres naturais
regidos por eles.
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