sexta-feira, 24 de novembro de 2017

ÀBÍKÚ



ÀBÍKÚ (nascer-morrer) - segundo os estudos de Pierre Verger
Pierre Verger, através da sua pesquisa e coragem, cujo legado será eterno.
Se uma mulher, em país yorubá dá à luz uma série de crianças natimortas ou mortas em baixa idade, tradição reza que não se trata da vinda ao mundo de várias crianças diferentes, mas de diversas aparições do mesmo ser (para eles, maléfico) chamado àbíkú (nascer-morrer) que se julga vir ao mundo por um breve momento para voltar ao país dos mortos, órun (o céu), várias vezes.
Comentario meu:
- Na minha opinião, após pesquisar anos, varias filosofias, seguimentos espiritualistas, conceitos de autores e estudiosos importantes, eu em particular não acredito muito nesse conceito. Não creio que ele atue como uma regra, mas, que ele se revele em algumas exceções, ou seja, com algumas pessoas, pelo fato de terem um carma muito pesado, talvez isso, possa vir a acontecer!
Ele passa assim seu tempo a ir e voltar do céu para o mundo sem jamais permanecer aqui por muito tempo, para grande desespero de seus pais, desejos de ter os filhos vivos. Essa crença se encontra entre os Akan, onde a mãe é chamada awomawu (ela bota os filhos no mundo para a morte). Os ibo chamam os abikú de ogbanje, os hauças de danwabi e os fanti, kossamah.
Comentario meu:
- Eu até concordo que possa haver essa maldição para algumas pessoas, a de ser mãe de seres que venham para morte como castigo, mas, acredito que cada parto seja uma alma diferente.
Encontramos informações a respeito dos abikú em oito itans (histórias) de ifá, sistema de adivinhação dos yorubá, classificados nos 256 odu (sinais de ifá). Essas histórias mostram que os abikú formam sociedades no egbá órun (céu), presididas por iyàjansà (a mãe-se-bate-e-corre) para os meninos e olókó (chefe da reunião) para as meninas, mas é Aláwaiyé (Rei de Awaiyé) que as levou ao mundo pela 1ª vez na sua cidade de Awayié. Lá se encontra a floresta sagrada dos abikú, aonde os pais de abikú vão fazer oferendas para que eles fiquem no mundo.
Quando eles vem do céu para a terra, os abikú passam os limites do céu diante do guardião da porta, oníbodé órun , seus companheiros vão com ele até o local onde eles se dizem até logo. Os que partem declaram o tempo que vão ficar no mundo e o que farão. Se prometem a seus companheiros que não ficarão ausentes, essas, crianças apesar de todo os esforços de seus pais, retornarão, para encontrar seus amigos no céu.
Comentario:
- Em partes dessas lendas, ha´uma outra parte que não concordo plenamente, que é o fato de que nosso destino esteja em nossas mãos. Essa historia de que o espirito escolhe seu destino não faz muito sentido, por que se assim fosse, todo ser só escolheria glorias, prazer, vida longa e muito poder! Creio que nosso destino seja moldado pelos odús, pelo Deus Criador e pela nossa missão. Temos coisas pré-determinadas, não temos tanta liberdade assim. Na verdade como dizia o Mago Gandalph do Senhor dos Aneis "temos que fazer o melhor com o tempo que nos é dado". Ou seja, temos coisas pré-estabelecidas, e só o que nos cabe são escolhas, entre bem e mal, morte e vida...
Os abikú podem ficar no mundo por períodos mais ou menos longos. Um abikú menina chamada "A-morte-os-puniu" declara diante de oníbodé órun que nada do que os seus pais façam será capaz de retê-la no mundo, nem presentes nem dinheiro, nem roupas que lhes ofereçam, nem todas as cosias que eles gostariam de fazer por ela atrairiam os seus olhares nem lhe agradariam.
Comentario:
- Isso pode esclarecer o comportamento suícida de muitos individuos, um exemplo é uma pessoa que muitas vezes tendo tudo do bom e do melhor, se joga de cabeça no mundo maligno das drogas!
Um abikú menino, chamado ilere, diz que recusará todo alimento e todas as coisas que lhe queiram dar no mundo. Ele aceitará tudo isto no céu.
Quando Aláwaiyé levou duzentos e oitenta abikú ao mundo pela primeira vez, cada um deles tinha declarado, ao passar a barreira do céu, o tempo que iria ficar no mundo. Um deles se propunha a voltar ao céu assim que tivesse visto sua mãe; um outro, iria esperar até o dia em que seus pais decidissem que ele casasse; um outro, que retornaria ao céu, quando seus pais concebessem um novo filho, um ainda não esperaria mais do que o dia em que começasse a andar.
Outros prometem à iyàjanjasà, que está chefiando a sua sociedade no céu, respectivamente, ficar no mundo sete dias, ou até o momento em que começasse a andar ou quando ele começasse a se arrastar pelo chão, ou quando começasse a ter dentes ou ficar em pé.
Nossas histórias de ifá nos dizem que oferendas feitas com conhecimento de causa são capazes de reter no mundo esses abikú e de lhes fazer esquecer suas promessas de volta, rompendo assim o ciclo de suas idas e vindas constantes entre o céu e a terra, porque, uma vez que o tempo marcado para a volta já tenha passado, seus companheiros se arriscam a perder o poder sobre eles.
É assim que nessas quatro histórias encontramos oferendas que comportam um tronco de bananeira acompanhado de diversas outras coisas. Um só dos casos narrados, o terceiro, explica a razão dessas oferendas:
"Um caçador que estava à espreita, no cruzamento dos caminhos dos abikú, escutou quais eram as promessas feitas por três abikú quanto à época do seu retorno ao céu."
"Um deles promete que deixará o mundo assim, que o fogo utilizado por sua mãe, para preparar sua papa de legumes, se apague por falta de combustível. O segundo esperará que o pano que sua mãe utilizar, para carregá-lo nas costas se rasgue. A terceira esperará, para morrer, o dia em que seus pais lhe digam que é tempo de ele se casar e ir morar com seu esposo."
"O caçador vai visitar as três mães no momento em que elas estão dando à luz a seus filhos abikú e aconselha à primeira que não deixe se queimar inteiramente a lenha sob o pote que cozinha os legumes que ela prepara para seu filho; à segunda que não deixe se rasgar o pano que ela usar para carregar seu filho nas costas, que utilize um pano de qualidade diferente; ele recomenda, enfim à terceira, de não especificar, quando chegar a hora, qual será o dia em que sua filha deverá ir para a casa do seu marido."
As três mães vão, então consultar a sorte, ifá, que lhes recomenda que façam respectivamente as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um galo, impedindo, por meio deste subterfúgio, que os três abikú possam manter seu compromisso. Porque, se a primeira instala um tronco de bananeira no fogo, destinado a cozinhar a papa do seu filho, antes que ele se apague, o tronco de bananeira, cheio de seiva e esponjoso, não pode queimar, e o abikú, vendo uma acha de lenha não consumido pelo fogo, diz que o momento da sua partida ainda não é chegado. A pele de cabra oferecida pela Segunda mãe serve para reforçar o pano que ela usa para levar seu filho nas costas; a criança abikú não vai achar nunca que esse pano se rasgou e não vai poder manter sua promessa. Não se sabe bem o porque do oferecimento de um galo, mas a história conta que quando chegou a hora de dizer à filha já uma moça, que ela deveria ir para casa do seu marido, os pais não lhe disseram nada e a enviaram bruscamente para a casa dele.
Nossos três abikú não podem mais manter a promessa que fizeram, porque as circunstâncias que devem anunciar sua partida não se realizaram tais como eles tinham previsto na sua declaração diante de oníbodé órun. Estes três abikú não vão mais morrer. Eles seguiram um outro caminho.
Comentario:
-Percebam que há nessas histórias, aliás como em quase toda Umbanda e Candomblé que conhecemos, uma forte pitada de superstição, lendas, mitos e coisas imaginadas por algum mestre. Outra coisa que se nota com facilidade é a influencia de outros povos além da Africa, como por exemplo os hindus. Quando mais se estuda, mais certeza se tem de que a Umbanda e Candomblé, como todos os cultos afros, tem em suas raizes, muito mais influencia de povos do oriente do que se pensa. Essa historia de usar bananeira, das receitas magicas como vemos, é de costume dos astrologos e gurús hindus.
A história ilustra bem o mecanismo das oferendas e de sua função. Não é o seu lado anedolíco (de lenda) que nos interessa aqui, mas a tentativa de demonstração de que em país yorubá, a sorte (destino) pode ser modificada, numa certa medida, quando certos segredos são conhecidos. Entre as oferendas que os retêm aqui, na terra, figuram, em primeiro plano, as plantas litúrgicas. Cinco delas são citadas nestas histórias:
- Abíríkolo (crotalaria lachnophera, papilolionacaae)
- Agídímagbayin (não identificada)
- Ídí (terminalia ivorensis, combretacae)
- Ijá àgborin (não identificada)
- Lara pupa (ricinus communis - mamona vermelha)
Ainda mais duas plantas são frequentemente utilizadas para reter os abikú e que não figuram nessas histórias:
- Olobutoje ( jatropha curcas, euphorbiaceae)
- Òpá eméré ( waltheria americana, sterculiaceae).
A oferta dessas folhas constitui uma espécie de mensagem e é acompanhada por ofó (encantamentos).
Comentario:
- Só pra explicar aqui, praqueles que criticam superstição, magia, ritualismo e fé em elementos sagrados ritualisticos, lembramos que a verdadeira magia nasce nas coisas simples as quais estão presente em todo universo. E para fanáticos, sectários e religiosos intolerantes, digo que antes de criticar a fé dos outros, pode se aquietar pois, sua religião, seja ela qual for, tem estreita ligação com o rito e com a magia. Qualquer religião no mundo que você estiver ligado! O Islamismo por exemplo, como também o Judaismo e o Cristianimos, nasceram do culto a um monte chamado Moriáh, como também a elementos magisticos, sacrifícios e normas lendarias.
Em país yorubá, os pais, para proteger seus filhos abikú e tentar retê-los no mundo, podem se dedicar a certas práticas, tais como fazer pequenas incisões nas juntas da criança e aí esfregar atin (um pó preto feito com ossum, favas e folhas litúrgicas para esse fim) ou ainda ligar à cintura da criança um ondè, talismã feito desse mesmo pó negro, contido num saquinho de couro.
Comentario:
- E praqueles que criticam os talismãs, até usando a Biblia pra isso, saiba que a Biblia tá cheia de citações talismanicas, até mesmo a criação do Templo, das vestes sacerdotais e muitas outras coisas ao londo da vida de Cristo nos revelam isso.
A ação protetora buscada nas folhas, expressa nas fórmulas de encantamento, é introduzida no corpo da criança por pequenas incisões e fricções, e a parte do pó preto, contida no saquinho do ondé, representa uma mensagem não verbal, uma espécie de apoio material e permanente da mensagem dirigida pelos elementos protetores contra os elementos hostis, sendo essa forma de expressão menos efêmera do que a palavra.
Em uma outra história, são feitas alusões aos xaorôs, anéis providos de guizos, usados nos tornozelos pelas crianças abikú , para afastar os companheiros que tentam vir buscá-los no mundo e lembrar-lhes suas promessas. De fato seus companheiros não aceitam assim tão facilmente a falta de palavra dos abikú, retidos no mundo pelas oferendas, encantamentos e talismãs preparados pelos pais, de acordo com o conselho dos babalaôs. Nem sempre essas precauções e oferendas são suficientes para reter as crianças abikú sobre a terra. Iyájanjàsa é muitas vezes mais forte. Ela não deixa agir o que as pessoas fazem para os reter e porá tudo a perder o que as pessoas tiverem preparado. Contra os abikú não há remédios.
Yiájanjàsá os atrairá à força para o céu. Os corpos dos abikú que morrem assim, são frequentemente mutilados. A fim de que, dizem, eles percam seus atrativos e seus companheiros no céu não queiram brincar com eles sobretudo para que o espírito do abikú, maltratado deste modo, não deseje mais vir ao mundo.
Essas criança abikú recebem no seu nascimento, nomes particulares. Alguns desses nomes são acompanhados de saudações tradicionais. Eles podem ser classificados: quer nomes que estabeleçam sua condição de abikú; quer nomes que lhes aconselham ou lhe suplicam que permaneçam no mundo; quer em indicações de que as condições para que o abikú volte não são favoráveis; quer em promessas de bom tratamento, caso eles fiquem no mundo. A frequência com que se encontra, em país yorubá, esses nomes em adultos ou velhinhos que gozam de boa saúde, mostra que muitos abikú ficam no mundo graças, pensam as almas piedosas, a todas essas precauções, à ação de Òrúnmìlà, e à intervenção dos babalaôs.
ALGUNS NOMES DADOS AOS ABIKÚ
Aiyédùn - a vida é doce
Aiyélagbe - Nós ficamos no mundo
Akúji - O que está morto, desperta
Bánjókó - Senta-se comigo
Dúrójaiyé - Fica para gozar a vida
Dúróoríìke - Fica, tu serás mimada
Èbèlokú - Suplica para que fique
Ilètán - A terra acabou (não há mais terra para enterra-lo)
Kòjékú - Não consinta em morrer
Kòkúmó - não morra mais
Kúmápáyìí - A morte não leva este daqui
Omotúndé - A criança voltou
Tìjúikú - Envergonhado da morte (não deixa a morte te matar)
Carlinhos Lima - Astrologo, Tarólogo e Pesquisador

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Agradecer mais




PASSAMOS MUITO TEMPO DE NOSSAS VIDAS NOS LAMENTANDO POR DERROTAS QUE JA PASSARAM E FICARAM PRA TRAZ, SEM NOS DAR CONTA QUE A VIDA É MUITO CURTA. PENSAMOS NOS AMORES NAO CORRESPONDIDOS, DESEJAMOS O QUE NÃO TEMOS E NÃO DAMOS VALOR AO QUE JÁ TEMOS. ISSO TUDO DIFICULTA NOSSA JORNADA RUMO A FELICIDADE.

SE OLHARMOS MELHOR AO NOSSO REDOR E PASSARMOS A DAR VALOR AO QUE TEMOS, COM CERTEZA FICAREMOS MAIS CAPAZES DE CONQUISTAR O QUE NÃO TEMOS. OUTRO ERRO QUE COMETEMOS DIARIAMENTE É ACHAR QUE TEMOS QUE TER O QUE QUEREMOS SEM NOS DAR CONTA QUE O QUE TEMOS QUE TER NA VERDADE É O QUE PRECISAMOS. DEVEMOS AGREDECER MAIS E PEDIR MENOS.

A VIDA, A AMIZADE E A FAMÍLIA SÃO DONS QUE O CRIADOR DA A TODOS SEM DISTINÇÃO E NEM TODOS MERECEM, MAS O CRIADOR COM SUA GENEROSIDADE, PRESENTEIA A TODOS NÓS. REZEMOS A SENHOR AGRADECENDO AO DOM DA VIDA! REALMENTE É DIFÍCIL SUPERAR PERDAS, REJEIÇÕES E DESILUSÕES, MAS TEMOS QUE COMPREENDER QUE ESTAMOS AQUI DE PASSAGEM. MUITOS DESEJOS OBSCURECEM A SABEDORIA.

Carlinhos Lima - Astrologo, Tarologo e Pesquisador.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

fim de relacionamento

Se você deseja encerrar um relacionamento com o mínimo de conturbação, aguarde para uma noite de lua nova. Precisará de: 1 vela preta 1 vasilha à prova de fogo 1 tesoura 1 lápis 2 pequenos pedaços de papel Acenda a vela preta e escreva seu nome num pedaço de papel e o nome da outra pessoa em outro papel. Amarre uma linha aos dois papeis. Deposite-os em seu altar, com as bordas se tocando. Visualize a situação atual entre vocês dois. Mova vagarosamente os papeis em direções opostas, o mais distante que a linha permita. Mentalize uma separação pacífica entre vocês dois, virando-se de costas e indo embora. Com auxílio da tesoura, corte a linha ao meio enquanto entoa: LIBERA ME VOS SUNT SEQQUNTUR TRIVIUM SEPARANTUR Pegue o papel com o nome da outra pessoa e ponha fogo com a chama da vela. Jogue o papel dentro da vasilha à prova de fogo e deixe queimar até o fim. Após, junte as cinzas e jogue ao vento dizendo: SINC FIAT

A senhora POMBA GIRA





De todas as entidades que até agora pesquisei, Exu e Pomba Gira são as entidades mais polêmicas e complexas que conheci em todos os meus anos de estudo sobre a Umbanda. Muito se diz sobre estas entidades: que foram mulheres da vida e que ao morrer se transformaram; que são espíritos demoníacos, que pervertem a sexualidade das pessoas, afastam casais, aproximam, enfim, todo tipo de adjetivos tem sido dada a essas grandes guerreiras do mundo astral. O que escrevo aqui sobre elas, é baseado nos meus anos de observação e estudo profundo sobre a entidade, e obviamente poderá não ser a opinião de outros sacerdotes ou médiuns. Mas uma coisa eu afirmo com veemência: só estudando Umbanda ou qualquer seguimento como única fonte de pesquisa nunca se descobrira a verdade. Pois os segredos e códigos ocultos têm ramificações em diversas culturas. Daí se faz necessária à observação cabalística, mística, mítica, astrológica, espiritual, mágica, ritualística e ancestral dessas entidades. Além é claro da parte lendária e histórica.
O conceito que formei sobre quem são elas é simples: são seres do mundo astral, guerreiras tanto quanto Exú, que estão bem próximas de nossa esfera humana, algumas já se reencarnaram e outras não. E aqui esta um ponto essencial. Pois as que não encarnaram são as que realmente comandam ciclos e graus. Essas são as que têm formas de orixá e faz parte da Hierarquia Ancestral ou Cósmica. Já as que encarnam são as que representam essa Vibração e trabalham pela evolução carmica do planeta. No entanto existem vários espíritos trabalhando ilegalmente tanto na Quimbanda como na Umbanda. Esses sim são magos negros, espíritos demoníacos que mancham a verdadeira Vibração Cósmica.
Conhecendo de perto Maria Padilha, 7 Saias, Pomba Gira das Almas etc., perceberemos que muitas dessas que se apresentam não passam de simples Eguns que se tornaram tomados de sombra e passaram a atuar num grau obscuro. Maria Padilha tinha uma médium que a incorporava, e havia ganhado de presente de um freqüentador do terreiro uma enorme cobra trazida do pantanal. Ao entregá-la, a entidade incorporou, e pegou a cobra no colo. Então a cobra passou a se enrolar em todo o seu corpo e fazer com que ela bebesse da mesma champagne que estava bebendo. Tudo aconteceu com muita harmonia e sincronia entre o médium e a cobra. Todas as vezes que Maria Padilha vem em terra, a cobra percebe e fica inquieta e o réptil mostra claramente que deseja ir ao encontro da Pombagira e quando levada permanece ali em seu colo todo tempo de sua presença no médium. Assim como as outras que pertenciam a várias médiuns do terreiro, realizavam inúmeros trabalhos: ajudar a vencer obstáculos, a ser feliz no amor, vencer problemas de saúde de desarmonia conjugal, e muitas outras mazelas que as pessoas vinham trazer e buscar auxílio. Mas também via-se constantemente espíritos muito sombrios se apresentarem como se fosse uma Pombagira evoluída e que não gostavam nem um pouco de animais, em especial os gatos que o sacerdote tinha.
A Pomba-Gira se subdivide em uma enorme legião onde cada qual tem seu nome próprio, conforme sua área de atividade. Temos a linha das que pertencem às encruzilhadas como Pomba Gira Rainha das 7 Encruzilhadas, tendo a linha do cemitério liderada pela Pomba-Gira da Calunga, com sua legião. Temos a linha das ciganas, lideradas pela Pomba-Gira Cigana, a linha ligada aos locais ermos, sendo liderada pela Pomba-Gira, Maria Mulambo, entidade muito perigosa e poderosa nos casos de demanda, pois toda demanda entregue a ela dificilmente deixa de ter bom resultado. Com relação as suas manifestações nos médiuns, normalmente como mulheres, suas legiões podem adotar nomes femininos, como por exemplo: Pomba-Gira Rosa, mas pertencendo a esta ou aquela linha liderada pela chefe correspondente.
Com formas sexuais pervertidas, é assim que se apresentam na maioria das vezes, até porque a sua intenção é testar o médium e prova-lo, provocando sua descarga de pensamentos obsessivos. Mas pela experiência do que já estudei até hoje, durante anos, essa perversão não existe, o que entra aqui em ação é o caráter do médium, que se aproveita do caráter sensual da entidade para expor seus recalques subconscientes. Não conheci nestes anos todos nenhuma mulher que desencaminhou sua moral por culpa de sua Pomba-Gira, a menos que sua natureza já latejasse por saciar-se nesses tortuosos caminhos impostos pelo baixo astral. Por inúmeras vezes, será possível encontrar as Pombas Giras aconselhando suas médiuns no bom caminho e no respeito a seus companheiros. A não ser que essas sejam magos negros se passando por sua pombagira e assim atua como um espírito obsessivos incentivando a luxuria. Nunca vi também nenhum homem se transformar sexualmente por culpa das entidades, o que vi ocorrer foram mudanças vir à tona, mas já existentes no caráter do médium. O que pode ocorrer é uma provocação na manifestação de características ocultas.
Uma coisa é muito certa, todo e qualquer problema que colocamos nas mãos de qualquer uma delas tem solução se a ritualística for bem elaborada. Sua força é guerreira, sua vibração magnética é carregada de sensualidade e alegria, tanto que sua chegada nos médiuns é sempre alegre, solta e sensual. Mas não aconselho a ninguém buscar contato com essas energias sem o devido preparo. Uma coisa muito perigosa também é fazer oferendas na encruzilhada sem o devido conhecimento. Exú tem ligação com a força sexual criativa, e a Pomba Gira por sua vez com a circulação dessa energia criativa existente na vida e no Universo. Lamentavelmente sua reputação se tornou péssima devido a erros de incorporação dos próprios médiuns, que por falta de instrução de seus Babalorixás ou por deturpações pessoais as transformaram em seres com fama de depravadas, libidinosas e cruéis. E realmente ainda temos muitas dessas entidades agindo de má fé e trazendo desorientação no seio da Umbanda.
Suas oferendas são inúmeras, sempre acompanhadas de champagne, de boa qualidade, bons vinhos, bebidas fortes como o gim ou a pinga. No entanto mais importante que as oferendas é que entremos em harmonia com sua vibração astral e que possamos controlar as energias emanadas nos chacras. A ela oferecemos charutos e cigarros de boa qualidade, flores vermelhas, sempre em numero impar, farofas de dendê, mel, de licor de anis (uma de suas bebidas preferidas), espelhos, enfeites, jóias, bijuterias de boa qualidade, anéis, batons, perfumes, enfim todo o aparato que toda mulher gosta e preza. Mas cada oferenda tem um caráter peculiar dependo do objetivo que se almeja.
Seus locais para oferenda são variados, conforme expliquei acima, tudo depende de qual delas esta sendo chamada para seus pedidos, que LINHA se busca, que necessidade nós temos e se realmente temos permissão para utilizar esses rituais. Pois muita gente faz essas oferendas sem consultar os Guias, os oráculos e os orixás. É por isso que tem tanto desequilíbrio na Umbanda e no Candomblé. Suas cores predominantes são o preto e o vermelho, seus colares também, suas indumentárias as saias rodadas pretas e vermelhas, blusas de brocado e muitos enfeites. Mas toda essa personificação muda dependendo o grau dessa entidade, o ciclo e a Linha a que ela pertence.
O importante ao invocá-las é sempre lembrar que, são entidades complexas de personalidade forte, e que nunca perdoam uma falta de palavra dada. O importante também é não invocá-las para trazer prejuízo a outrem, porque elas farão com certeza, mas a dívida kármica adquirida ficará por conta de quem pediu. No entanto as entidades já iluminadas e atuantes no grau de orixá e Exu de Lei não farão o que é errado e punira que a incitar. Digo isso porque não concordo com a definição de que Exu não é bom nem mal. Exu sabe muito bem o seu papel e não age por comando dos encarnados sem convicção do que faz. Os exus que assim agem não são ainda evoluídos.
Contam às lendas que podemos senti-las à noite pelas ruas, perfumadas e enfeitadas, percorrendo os caminhos dos seres humanos, os lugares ermos, os lugares movimentados, os locais onde tenham música e alegria. Eu atesto isso, pois já senti seu cheiro, sua presença e vibração pelas ruas todos os dias que voltava do terreiro em São Paulo. Até mesmo em ônibus, parques e ambientes muito movimentados.
Quanto ao seu aspecto sensual, faz parte de sua polaridade, não querendo significar com isso depravação ou perversão. Como disse atrás até hoje não conheci nenhuma mulher que tenha deixado de ser honesta por culpa de qualquer uma delas.
Se nossas amigas do invisível, quando encarnadas, foram mulheres honestas ou não, creio não ser de nossa competência avaliar isso, pois usando de uma frase vulgar, mas sabia, “os caminhos de Deus são desconhecidos”.
Duas coisas importantes quero aqui atestar: primeiro que as Pombagiras antes de evoluírem foram sim mulheres desregradas, desorientas ou abusadas e sacrificadas. Segundo, muitas voltam a reencarnar e temos na atualidade muitas em todo Brasil.
No entanto a Pombagira que nunca encarnaram e não vão encarnar jamais. São elas as comandantes das dimensões evolutivas. A elas o meu respeito e minha admiração, por seu carinho em socorrer a nos seres aqui encarnados. Axé, moças bonitas, axé!!!

Encantamentos = Para melhorar um relacionamento amoroso: Pegue 3 rosas vermelhas (botão prestes a abrir), 3 moedas de igual valor e 3 tiras de papel pequenas com o nome do ser amado. Além disso, essência dama da noite, uma vela branca, uma vela rosa e uma vermelha. Dobramos os papeis, um a um, colocamos dentro de todas as rosas em seu miolo, junto uma moeda e 3 gotas da essência. Colocamos ao pé de uma árvore ou encruzilhada e entregamos a Pomba-Gira das 7 Encruzilhadas fazendo nossos pedidos e louvores. Então ascenda a vela rosa no local da entrega e a Vermelha na porta de sua casa. A outra vela branca dentro de sua casa para seu Guia Espiritual.


Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

A poderosa Lei de Pemba




A pemba, de origem africana, é um instrumento ritualístico de alto significado. É normalmente utilizada para riscar pontos pelas entidades e pelo médium, visando estabelecer contatos vibratórios com as esferas espirituais. Se for aplicado de forma incorreta, poderá produzir resultados diferentes daqueles esperados.
Grafia Sagrada dos Orixás, é muito ampla e apresenta a necessidade de exposição pessoal e, por sua vez, poderia ser até desastroso pessoas sem "Ordens e Direitos" manipulá-la. A pemba praticamente é usada em quase todos os rituais de umbanda. Por carregar o axé, a pemba é saudada como um divino instrumento, dedicando-se até pontos cantados e reverências específicas.
Na Umbanda, em seus diversos momentos de entendimentos, encontramos várias formas de apresentação desses Yantras, sendo os mais comuns, os de cunho exotérico (externo/aberto), aqueles onde são utilizados estrelas, ondas, flechas, cruzes, luas, etc, que têm os seus resultados em suas aplicações; e, encontramos, também, os de cunho esotérico (interno/fechado) onde são utilizados : direcionamentos, Raízes e chaves, através da grafia Adâmica e afins (leia o Arqueômetro de Saint Yves - Edições em português, espanhol e francês). Apenas para sua referência, esta grafia são clichês (Yantras), os quais são utilizados pelas entidades e Médiuns Magistas (com a presença ou não de espíritos) para acionarem/projetarem no Plano Astral a movimentação de forças sutis com um determinado fim.
A pemba, através do seu elemento ígneo, fogo, manipula as energias psíquicas do ser humano; pela água lava, limpando o espiritual da áurea; pelo ar transporta para o campo de origem; pela terra, através de seus filtros, retorna suas funções equilibrantes.
Seu uso estabelece relação entre o universo da forma e o espiritual ou etérico. A pedra encerra os quatro elementos naturais e suas manifestações. Assume aspecto neutro e, devido a isso, significa Lei e Justiça. Imutável mediante a terra e o ar, a pedra é sensível à água, mudando de tom quando está molhada, deixando ser levada pela correnteza dos rios.
Pela pureza, a pemba é um dos poucos elementos que pode tocar acabeça do médium, sendo utilizados para lavagens de cabeça, banhos de descarrego, etc. Confecciona-se a pemba com uma substância chamada "caulim" (argilapura de cor branca), importado da África. Com o tempo, o "caulim” foi substituído pela dificuldade de importação, pelo "calcário" e a "tabatinga".
É misturado ao caulim, pós resultante da torra e trituração de algumas sementes como o Alibê, a Nóz-moscada, Dandá da Costa, Ataré, Aridan, Obi e Orogbô. Existem pembas de varias cores (adição de corante) mas a branca é a mais utilizada. É suma importância o cuidado em escolher e em como usar a pemba! Não é apenas um giz!
Porém há "traços" que indicam a desarmonia do médium, em geral são "riscos" desarmônicos e sem sentidos. O nosso coração e a aproximação de uma entidade de fato poderão trazer e decifrar o seu significado. Alguns destes traços são parecidos com o do alfabeto adâmico, sânscrito ou de vanagário.
Em relação aos ditos "traços" realizados pelas entidades ou médiuns de fato, há além de um grande significado uma abertura "atemporal" para a emanação de energia. A Pemba é sagrada, serve também pra descarrego do corpo e do terreiro, pra cruzar os quatro cantos, etc... A pemba e importantissima sim, mas muitos encaram apenas como um "giz" esquecendo todo o ero que envolve este objeto ritualístico.
Como na umbanda não e permitida a pratica das curas, com navalhas ou bisturis, a pemba faz a cruza dos chacras, simbolizando o corte de abertura dos mesmos para receber o amassi. A pemba tem várias finalidades e formas ou modelos para serem confeccionadas. No culto de nação da derivante KETO é utilizada também com a mesma finalidades dos umbandistas.
Carlinhos Lima