Infelizmente, grande parcela da culpa que responde pelas
críticas à AUM+BANDA repousa no mau uso que dela fazem os próprios profitentes,
em sua maioria pessoas simples, de pouca cultura, hábitos nem sempre exemplares
e escassa educação.
Essas pessoas são a pior propaganda da AUM+BANDA, porque,
com o maior despudor e com a maior cara de pau, afirmam, por exemplo, que são
briguentas porque são filhas de OGUM, que são poligâmicas porque são filhas de
XANGÔ ou que não param com homem algum porque são filhas de IANSÃ.
As mais assanhadas explicam sua própria prostituição pela
presença constante, segundo elas, de uma BOMBOGIRA ao seu lado, que as impele a
repetidos coitos. Essas pessoas mentalmente destrambelhadas transformam seus
orixás em bodes expiatórios muito convenientes para os seus delitos e
certamente nem coram de vergonha porque sofrem de "anemia moral".
Graças ao comportamento de tais pessoas e às lendas que
passam umas às outras como autênticas dentro do panteão africano o que sobra
para a AUM+BANDA no final de tudo isso é uma verdadeira cornucópia de vexames
abominados por qualquer pessoa de bem.
Outro costume bastante grave é a utilização direta dos exus
sem a mediação de uma entidade de luz, seja essa entidade um caboclo ou um
preto-velho. Em tais circunstâncias o exu, que ainda é um espirito atrasado,
fica inteiramente solto e sem ninguém a quem prestar contas pelo que fez ou se
propôs a fazer. Ele, então, pede em troca do favor pedido o que bem entende ou
é ditado pela sua "gula".
Isoladamente e sem estarem inseridos numa gira (sessão)
comandada por uma entidade de luz eles reincidem nos mesmos erros e atrasam a
sua jornada em direção à Luz. Agora perguntamos: quem é, em tais casos, o
verdadeiro culpado? Será o exu agindo ao arrepio da luz e dentro da sua
inferioridade passageira ou o(a) consulente que lhe vai pedir absurdos ou
maldades? As pessoas que só gostam de falar com exus isolados e fora de uma
gira própria e controlada criam obstáculos para a evolução do exu e, na verdade,
procurando benefícios, estão trazendo prejuízos para ele.
Infelizmente, por defeito nosso e de mais ninguém, as giras
de exu são as mais procuradas pelas pessoas que nunca souberam direito o que é
a AUM+BANDA, o que acaba refletindo para o público leigo uma imagem errônea ou
altamente equivocada sobre essa magnífica religião.
Preferimos escrever AUM+BANDA ao invés de UMBANDA porque a
sua etimologia mais oculta recomenda que revelemos, de antemão, a sua origem
sonora baseada na sílaba mística AUM, sílaba essa que o ouvido atento pode
encontrar levemente velada em muitos dos pontos cantados nos terreiros. Esses
"pontos cantados" ocultam essa sílaba na ordenação das letras que, em
si mesmas, chegam a ser simplórias e, até, tolas.
No entanto, ao serem entoadas como cânticos, elas levam
embutida essa sílaba sagrada, que, ao vibrar, faz estremecer o plexo solar,
situado em cima do estômago, mas por baixo do qual se encontra o poderoso
chakra SVADISTHANA com suas pétalas vermelhas e verdes. Este chakra é o chakra
da mediunidade, razão pela qual muitos médiuns, sejam eles da Umbanda ou não,
encontram nele seu ponto de maior excitação psíquica, o que, por vezes, se
reflete no físico sob a forma de dor ou enjôo. É sobre ele que incide a
vibração tanto de guias de luz como de obsessores. É também o ponto de
convergência de nossas simpatias e antipatias.
Nos processos epilépticos ele é o ponto de convergência da
vibração da entidade trevosa responsável pelo ataque, sendo todo o resto mero
efeito nervoso manifestado pelas contorções e mãos crispadas do atacado. Caso
os leitores não saibam, em paralelo com todos os ataques epilépticos há sempre
o concurso secreto de uma entidade do Astral Inferior, entidade essa que pode
ser detectada ao lado do corpo contorcido por um(a) vidente autêntico.
JEAN RIVIÈRE, autor francês famoso por suas pesquisas
religiosas em terras tibetanas, mostra-nos em um de seus livros vários mandalas
traçados no Teto do Mundo onde reconhecemos, sem grandes dificuldades, os
mesmos símbolos grafados na AUM+BANDA. Ali estão, além de letras sagradas e de
nomes de poder, os mesmos pentáculos tão comuns na Magia, inclusive a suástica
em sua versão autêntica e os famosos "garfos de exu" (tridentes) que,
analisados mais profundamente, correspondem a determinada letra grega (psi),
cuja ordem seqüencial a coloca curiosamente entre o alfa e o ômega daquele
alfabeto, isso sem falar nos vários sinais mágicos que podemos encontrar,
apenas a título de exemplo, na obra "TRATADO COMPLETO DE ALTA MAGIA, cujo
autor tem o pseudônimo oculto de Vasariah, cujo conteúdo contempla uma coleção
de grandes pentáculos e talismãs com os quais a AUM+BANDA aparentemente nenhuma
ligação parece ter.
Mas ela, de fato, tem! Nos grandes templos e
"stupas" do Himalaia o símbolo correspondente ao garfo exu ali se
encontra, do lado de fora, como a dizer aos que passam que ali se encontram
guardiães invisíveis. Nada mais justo, pois, na AUM+BANDA o exu é um guardião
dos trabalhos executados.
A África não é nem nunca foi a origem nem da AUM+BANDA nem
do CANDOMBLÉ. Ela, apenas, serviu de ponte para trazer ao Brasil, à América do
Norte e aos países caribenhos o seu panteão e aquilo que, por tradição da boca
ao ouvido, haviam aprendido dos remanescentes da Raça Negra, raça essa que um
dia dominou a Terra. Não foi por "coincidência" nem por acaso que, ao
tempo do nascimento de Cristo, este foi visitado não por 3 Reis Magos, mas por
4, cujo quarto representante era JETRO, um árabe retinto.
Essa mistura de crenças foi mais longe. No Haiti o Vodu surgiu
como religião dominante e especializou-se na invocação de forças muito ligadas
ao cemitério, às quais eles ainda dão o nome de "lois" (leia-se luás)
e que são, entre outras entidades, dominadas pelo perigosíssimo BARON SAMEDI,
que aparece à vidência como um homem muito alto e magro com rosto de caveira,
todo vestido de negro, com a cabeça coberta por uma cartola. Tanto ele quanto
as demais entidades do Vodu falam o "créole", uma mistura de Espanhol
com Francês. Seus pontos riscados são feitos com farinha de trigo, ao invés de
com uma pemba, o que, novamente, não os distancia muito dos mandalas tibetanos
que são plasmados à base de pós coloridos.
A predominância da Deusa Serpente Dhambala no Vodu, entidade
essa que é feminina (-), tem arrastado a maior parte dos voduístas a práticas
de Magia Negra, cuja repercussão tem sido muito explorada pelos filmes de
terror de Hollywood. O "miolo", no entanto, é verdadeiro e ali há,
realmente, a predominância a Magia Simpática (bonecos de pano crivados de alfinetes),
bem como a horrenda vivificação de cadáveres a quem damos o nome de zumbis. A
força do cemitério predomina no culto vodu.
A contraparte negra da AUM+BANDA gerou a QUIMBANDA, que só
trabalha preponderantemente para o Mal, arrastando para o seu jugo todos aqueles
que abrigam sentimentos inferiores em seus corações. Mais ou menos como o que
aconteceu com o Protestantismo, desde a aprovação da Teoria do Livre Exame da
Bíblia, os adeptos do assim chamado Africanismo ( termo com o qual não
concordamos ) ficaram entregues a suas próprias interpretações de seu credo,
disso resultando um verdadeiro vulcão de contradições, crendices e distorções
das mais repulsivas.
Sendo, por um lado, um misto de manifestações mediúnicas e,
por outro, de magia pura não é de estranhar que as entidades da AUM+BANDA lidem
com grafias herméticas que exigem o concurso paralelo de rituais de invocação,
fixação e proteção.
As reuniões da a AUM+BANDA começam com a incorporação do
espírito que vai trabalhar não apenas com passes, mas com magias, e, em
seguida, o ritual exige que o espirito comunicante trace o seu ponto riscado
para fins de sua própria identificação e para o desnudamento velado das forças
mágicas que precisa invocar para o bom êxito do seu trabalho. Tais espíritos,
na AUM+BANDA, nunca vêm sozinhos e sua presença, por isso, se faz sempre
acompanhar de uma numerosa falange de outros trabalhadores menores afinados com
a tarefa a ser cumprida. Entre os membros dessa extensa falange acham-se alguns
exus, que funcionam como sentinelas ou seguranças, concorrendo assim para o bom
êxito da empreitada.
A presença e o apoio dos exus nesses trabalhos de caridade
confere-lhes, pouco a pouco, a LUZ de que precisam para, algum dia, se
transformarem em caboclos. Os exus, a quem preferimos chamar de NOSSOS IRMÃOS
MENORES, não são capetas nem servos do Diabo como tantas vezes ouvimos os
ignorantes dizerem. São, na verdade, espíritos atrasados, sim, mas a quem as
entidades luminosas da AUM+BANDA dão a mão para lhes oferecer uma oportunidade
de redenção e iluminação pelo serviço amoroso ao próximo.
Na mesma categoria desses trabalhadores menores acham-se
incluídas as falanges de almas (eguns) arrebanhadas principalmente pelos pretos
e pretas-velhas na Calunga Grande (o mar) e na Calunga Pequena (o cemitério)
para também ajudarem em seus trabalhos. Assim trabalhando, essas almas se
iluminam, tomam consciência do seu destino final e se libertam do seu karma de
serviço fora do corpo físico. Bem-aventurados sejam, portanto, esses pretos e
pretas-velhas que funcionam, no invisível, como verdadeiros pastores de
almas...
Carlinhos Lima - Astrologo, Tarologo e Pesquisador
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