sexta-feira, 21 de julho de 2017

A compatibilidade astrológica




O que é a compatibilidade? A convenção astrológica defende que os aspectos harmoniosos entre mapas são fatores significativos para uma relação positiva. Certamente, um certo grau de harmonia (ou similaridade) é necessário para uma relação bem sucedida. No entanto, pode ser útil ter uma mescla de aspectos desafiadores e fáceis para resultados melhores.
Por exemplo, Vênus e Marte têm muito a ver com a compatibilidade sexual. Trígonos e sextis podem proporcionar um fluxo fácil de energia, ainda que se possam tornar de vez em quando aborrecidos. Em todo o caso alguma harmonia misturada com um aspecto desafiador, i.e. a sua Vênus em trígono ao Marte do seu companheiro(a), a Vênus dele(a) em oposição à sua, pode manter um nível de dinâmica que continue a fazer do sexo um assunto interessante para ambos.
Os casais têm tendência a criarem o seu próprio pequeno universo. Se ambos concordam com algo é porque deve ser verdade. Isto pode limitar o desenvolvimento de duas pessoas, quando os seus mapas, ou partes deles, são muito similares. Ao que chamamos compatibilidade pode ser simplesmente a partilha de neuroses. É assim útil que os casais não tenham todos os planetas alinhados harmoniosamente. Um pouco de tensão não apenas torna a vida interessante, mas ajuda a manter a perspectiva na relação. A escritora esotérica Dion Fortune acreditava que uma relação ideal mostrava alternadamente similaridade e dissimilaridade entre os sete chakras. Este padrão pode dar profundidade a uma relação, trazendo o equilíbrio certo entre o velho e o novo, de modo a que a relação cresça, ao invés de permanecer estática. É também verdade que algumas pessoas não queiram ou não precisem da tradicional compatibilidade. Se Urano estiver na sua casa 7 ou 8 é provável que precise de experiências diferentes através da relação, de ser despertado para novos padrões. Gravitar em torno de alguém que é muito diferente de si não tem que ser um desastre. Com alguns pontos de ligação positivos para segurar a relação, pode ser exatamente o que você precisa. Nesses pontos de ligação é provável que se envolva a Lua, Sol, o eixo 1-7 e os nodos lunares. Todos estes são pontos críticos que podem proporcionar o elo que faça um casal trabalhar as suas diferenças e manter a relação de crescimento.
Algumas vezes vimos um mapa com aspectos fantásticos entre Vênus e Marte, mas nenhum desses pontos-chave de ligação estiverem incluídos não é seguro que o relacionamento dure. Claro que a duração da relação é apenas uma medida do seu sucesso (ou da teimosia do casal). Podemos ter relacionamentos curtos de sucesso, se formos capazes de aprender com eles.
Cada um de nós tem a sua própria maneira de medir se o investimento de tempo, energia e emoção vale o esforço. Podemos encontrar alguém que nos ajude a abrir uma porta dentro de nós próprios, tornando a ligação muito importante mesmo que falhe em outros níveis.
Quando faço análise de compatibilidade para um casal não começo por comparar os dois mapas natais. Começo por examinar cada mapa individualmente. Este providencia a fundação para a compreensão do casal, porque reconhece a individualidade de cada um dos membros. O mapa natal é a chave para a intimidade.
Por exemplo, é muito difícil receber amor de alguém, quando você é incapaz de o dar a si próprio(a). O trabalho principal no aconselhamento de casais é ajudar cada pessoa a ter consciência dos seus temas e necessidades. Quando uma pessoa tem um respeito saudável por si e uma vontade de ser vulnerável as portas da intimidade abrem-se. O terreno de um relacionamento saudável assenta em duas pessoas saudáveis.
Sanidade nesta perspectiva não se refere a perfeição, clareza total ou ausência de ignorância. Sanidade é a vontade de aprender, de nos abrirmos, de falar e de ouvir. Quando este tipo de vivacidade está presente a intimidade chega. E, com cuidado contínuo e alimentação, irá florescer por longo, longo tempo.
Essa compatibilidade também pode ser melhorada ou dificultada conforme os Odus e Linhas dos orixás. Muitas pessoas amam outras que não dá a mínima para elas, ou que já tem outro parceiro. Isso acontece porque ha uma divergia cósmica, astral e espiritual. Não se escolhe de quem gostar. Ma muitas vezes sofremos por alguém por uma provocação de forças que só querem nos provar por causa de nosso carma, por isso temos o dever de ser sempre fortes e resistir a tentação, pois se cairmos em tentação por fraqueza só sofreremos.
Carlinhos Lima - Astrologo, Tarologo e Pesquisador.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

A IMPORTÂNCIA DA UMBANDA




Infelizmente, grande parcela da culpa que responde pelas críticas à AUM+BANDA repousa no mau uso que dela fazem os próprios profitentes, em sua maioria pessoas simples, de pouca cultura, hábitos nem sempre exemplares e escassa educação.
Essas pessoas são a pior propaganda da AUM+BANDA, porque, com o maior despudor e com a maior cara de pau, afirmam, por exemplo, que são briguentas porque são filhas de OGUM, que são poligâmicas porque são filhas de XANGÔ ou que não param com homem algum porque são filhas de IANSÃ.
As mais assanhadas explicam sua própria prostituição pela presença constante, segundo elas, de uma BOMBOGIRA ao seu lado, que as impele a repetidos coitos. Essas pessoas mentalmente destrambelhadas transformam seus orixás em bodes expiatórios muito convenientes para os seus delitos e certamente nem coram de vergonha porque sofrem de "anemia moral".
Graças ao comportamento de tais pessoas e às lendas que passam umas às outras como autênticas dentro do panteão africano o que sobra para a AUM+BANDA no final de tudo isso é uma verdadeira cornucópia de vexames abominados por qualquer pessoa de bem.
Outro costume bastante grave é a utilização direta dos exus sem a mediação de uma entidade de luz, seja essa entidade um caboclo ou um preto-velho. Em tais circunstâncias o exu, que ainda é um espirito atrasado, fica inteiramente solto e sem ninguém a quem prestar contas pelo que fez ou se propôs a fazer. Ele, então, pede em troca do favor pedido o que bem entende ou é ditado pela sua "gula".
Isoladamente e sem estarem inseridos numa gira (sessão) comandada por uma entidade de luz eles reincidem nos mesmos erros e atrasam a sua jornada em direção à Luz. Agora perguntamos: quem é, em tais casos, o verdadeiro culpado? Será o exu agindo ao arrepio da luz e dentro da sua inferioridade passageira ou o(a) consulente que lhe vai pedir absurdos ou maldades? As pessoas que só gostam de falar com exus isolados e fora de uma gira própria e controlada criam obstáculos para a evolução do exu e, na verdade, procurando benefícios, estão trazendo prejuízos para ele.
Infelizmente, por defeito nosso e de mais ninguém, as giras de exu são as mais procuradas pelas pessoas que nunca souberam direito o que é a AUM+BANDA, o que acaba refletindo para o público leigo uma imagem errônea ou altamente equivocada sobre essa magnífica religião.
Preferimos escrever AUM+BANDA ao invés de UMBANDA porque a sua etimologia mais oculta recomenda que revelemos, de antemão, a sua origem sonora baseada na sílaba mística AUM, sílaba essa que o ouvido atento pode encontrar levemente velada em muitos dos pontos cantados nos terreiros. Esses "pontos cantados" ocultam essa sílaba na ordenação das letras que, em si mesmas, chegam a ser simplórias e, até, tolas.
No entanto, ao serem entoadas como cânticos, elas levam embutida essa sílaba sagrada, que, ao vibrar, faz estremecer o plexo solar, situado em cima do estômago, mas por baixo do qual se encontra o poderoso chakra SVADISTHANA com suas pétalas vermelhas e verdes. Este chakra é o chakra da mediunidade, razão pela qual muitos médiuns, sejam eles da Umbanda ou não, encontram nele seu ponto de maior excitação psíquica, o que, por vezes, se reflete no físico sob a forma de dor ou enjôo. É sobre ele que incide a vibração tanto de guias de luz como de obsessores. É também o ponto de convergência de nossas simpatias e antipatias.
Nos processos epilépticos ele é o ponto de convergência da vibração da entidade trevosa responsável pelo ataque, sendo todo o resto mero efeito nervoso manifestado pelas contorções e mãos crispadas do atacado. Caso os leitores não saibam, em paralelo com todos os ataques epilépticos há sempre o concurso secreto de uma entidade do Astral Inferior, entidade essa que pode ser detectada ao lado do corpo contorcido por um(a) vidente autêntico.
JEAN RIVIÈRE, autor francês famoso por suas pesquisas religiosas em terras tibetanas, mostra-nos em um de seus livros vários mandalas traçados no Teto do Mundo onde reconhecemos, sem grandes dificuldades, os mesmos símbolos grafados na AUM+BANDA. Ali estão, além de letras sagradas e de nomes de poder, os mesmos pentáculos tão comuns na Magia, inclusive a suástica em sua versão autêntica e os famosos "garfos de exu" (tridentes) que, analisados mais profundamente, correspondem a determinada letra grega (psi), cuja ordem seqüencial a coloca curiosamente entre o alfa e o ômega daquele alfabeto, isso sem falar nos vários sinais mágicos que podemos encontrar, apenas a título de exemplo, na obra "TRATADO COMPLETO DE ALTA MAGIA, cujo autor tem o pseudônimo oculto de Vasariah, cujo conteúdo contempla uma coleção de grandes pentáculos e talismãs com os quais a AUM+BANDA aparentemente nenhuma ligação parece ter.
Mas ela, de fato, tem! Nos grandes templos e "stupas" do Himalaia o símbolo correspondente ao garfo exu ali se encontra, do lado de fora, como a dizer aos que passam que ali se encontram guardiães invisíveis. Nada mais justo, pois, na AUM+BANDA o exu é um guardião dos trabalhos executados.
A África não é nem nunca foi a origem nem da AUM+BANDA nem do CANDOMBLÉ. Ela, apenas, serviu de ponte para trazer ao Brasil, à América do Norte e aos países caribenhos o seu panteão e aquilo que, por tradição da boca ao ouvido, haviam aprendido dos remanescentes da Raça Negra, raça essa que um dia dominou a Terra. Não foi por "coincidência" nem por acaso que, ao tempo do nascimento de Cristo, este foi visitado não por 3 Reis Magos, mas por 4, cujo quarto representante era JETRO, um árabe retinto.
Essa mistura de crenças foi mais longe. No Haiti o Vodu surgiu como religião dominante e especializou-se na invocação de forças muito ligadas ao cemitério, às quais eles ainda dão o nome de "lois" (leia-se luás) e que são, entre outras entidades, dominadas pelo perigosíssimo BARON SAMEDI, que aparece à vidência como um homem muito alto e magro com rosto de caveira, todo vestido de negro, com a cabeça coberta por uma cartola. Tanto ele quanto as demais entidades do Vodu falam o "créole", uma mistura de Espanhol com Francês. Seus pontos riscados são feitos com farinha de trigo, ao invés de com uma pemba, o que, novamente, não os distancia muito dos mandalas tibetanos que são plasmados à base de pós coloridos.
A predominância da Deusa Serpente Dhambala no Vodu, entidade essa que é feminina (-), tem arrastado a maior parte dos voduístas a práticas de Magia Negra, cuja repercussão tem sido muito explorada pelos filmes de terror de Hollywood. O "miolo", no entanto, é verdadeiro e ali há, realmente, a predominância a Magia Simpática (bonecos de pano crivados de alfinetes), bem como a horrenda vivificação de cadáveres a quem damos o nome de zumbis. A força do cemitério predomina no culto vodu.
A contraparte negra da AUM+BANDA gerou a QUIMBANDA, que só trabalha preponderantemente para o Mal, arrastando para o seu jugo todos aqueles que abrigam sentimentos inferiores em seus corações. Mais ou menos como o que aconteceu com o Protestantismo, desde a aprovação da Teoria do Livre Exame da Bíblia, os adeptos do assim chamado Africanismo ( termo com o qual não concordamos ) ficaram entregues a suas próprias interpretações de seu credo, disso resultando um verdadeiro vulcão de contradições, crendices e distorções das mais repulsivas.
Sendo, por um lado, um misto de manifestações mediúnicas e, por outro, de magia pura não é de estranhar que as entidades da AUM+BANDA lidem com grafias herméticas que exigem o concurso paralelo de rituais de invocação, fixação e proteção.
As reuniões da a AUM+BANDA começam com a incorporação do espírito que vai trabalhar não apenas com passes, mas com magias, e, em seguida, o ritual exige que o espirito comunicante trace o seu ponto riscado para fins de sua própria identificação e para o desnudamento velado das forças mágicas que precisa invocar para o bom êxito do seu trabalho. Tais espíritos, na AUM+BANDA, nunca vêm sozinhos e sua presença, por isso, se faz sempre acompanhar de uma numerosa falange de outros trabalhadores menores afinados com a tarefa a ser cumprida. Entre os membros dessa extensa falange acham-se alguns exus, que funcionam como sentinelas ou seguranças, concorrendo assim para o bom êxito da empreitada.
A presença e o apoio dos exus nesses trabalhos de caridade confere-lhes, pouco a pouco, a LUZ de que precisam para, algum dia, se transformarem em caboclos. Os exus, a quem preferimos chamar de NOSSOS IRMÃOS MENORES, não são capetas nem servos do Diabo como tantas vezes ouvimos os ignorantes dizerem. São, na verdade, espíritos atrasados, sim, mas a quem as entidades luminosas da AUM+BANDA dão a mão para lhes oferecer uma oportunidade de redenção e iluminação pelo serviço amoroso ao próximo.
Na mesma categoria desses trabalhadores menores acham-se incluídas as falanges de almas (eguns) arrebanhadas principalmente pelos pretos e pretas-velhas na Calunga Grande (o mar) e na Calunga Pequena (o cemitério) para também ajudarem em seus trabalhos. Assim trabalhando, essas almas se iluminam, tomam consciência do seu destino final e se libertam do seu karma de serviço fora do corpo físico. Bem-aventurados sejam, portanto, esses pretos e pretas-velhas que funcionam, no invisível, como verdadeiros pastores de almas...
Carlinhos Lima - Astrologo, Tarologo e Pesquisador

quarta-feira, 12 de julho de 2017

A Codificação da Umbanda.






Não é o esforço de uma ou outra pessoa e sim o de tantos que deram suas vidas pela caridade que realmente mostra resultados na missão de unir os irmãos umbandistas. Podemos começar citando o próprio Zélio de Moraes, fundador da Umbanda com o Caboclo das Sete Encruzilhadas. A história começa com ele mesmo, pois foi com a orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas que em 1939 foi fundada a primeira "Federação Espírita de Umbanda" do Brasil. Com este ideal de união se realizou em 1941 o Primeiro Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda, também por orientação desse mesmo mentor e da lá pra cá vem crescendo muito, tanto o numero de fieis, quanto os conhecimentos adquiridos.

Por ocasião desse evento foi publicado um livro, em 1942, que leva como título o nome do congresso, contendo tudo o que foi registrado antes, durante e depois do encontro.

A IDÉIA DO CONGRESSO: era evitar a homogeneidade de práticas, o que dava motivo de confusão por parte de algumas pessoas menos esclarecidas, com outras práticas inferiores de espiritismo.

O Segundo Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda foi organizado por Leopoldo Bettiol, Oswaldo Santos Lima e Dr. Armando Cavalcanti Bandeira. A comissão paulista foi a mais numerosa e representativa, com a participação de Félix Nascenti Pinto, Gen. Nélson Braga Moreira, Dr. Armando Quaresm e Dr. Estevão Monte Belo realizado em 1961. Neste congresso que se definiu a criação do Superior Órgão de Umbanda para cada estado do País, congregando as Federações para o próximo. Apenas o estado de São Paulo conseguiu criar o então chamado SOUESP (Superior Órgão de Umbanda do Estado de São Paulo) marcando presença no congresso posterior.

Ainda no segundo congresso foi apresentada uma tese diferente da que havia sido apresentada no primeiro sobre a "Interpretação histórica e etimológica do vocábulo Umbanda". Essa tese foi apresentada por Cavalcanti Bandeira em contraponto a tese de Diamantino Fernandes (delegado representante da Tenda Mirim), que no primeiro congresso situava a palavra tendo origem em antigas civilizações e no sânscrito. Da onde viria pela primeira vez a tese do AUM – BANDHÃ (1941 – Tenda Mirim).

A origem da palavra Umbanda: "Face às divergências encontradas e das dúvidas quanto às origens e fontes de onde surgiu o culto, que alguns pretendiam fosse hindu – sem justificar com dados concretos e seguros, elaboramos um ensaio histórico... demonstrando a antiguidade do homem e do conhecimento africano; a prática milenar de sua religiosidade..." Parte da explanação de Cavalcanti Bandeira, publicada em seu livro O que é a Umbanda, 1970 - Editora ECO.

O terceiro (e último até então) congresso de Umbanda aconteceu em 1973, presidido por Cavalcanti Bandeira. Cavalcanti Bandeira, em seu livro "O que é a Umbanda", apresenta um capitulo intitulado "Codificação da Umbanda" só para tratar do assunto.

Muitos outros também trataram do assunto, logo não é uma novidade. Rubens Saraceni têm um livro que traz o título citado "Código de Umbanda" (se fosse "O Código da Umbanda" poderíamos pensar que o autor teria a intenção de codificar a religião, mas é apenas um despretensioso "Código de Umbanda"). Ainda assim faço ressaltar que "Código de Umbanda" é um conjunto de quatro livros que abordam: Doutrina, Magia, Teogonia e a Ciência Divina. Ao ler este livro (agora publicado pela Editora Madras) veremos que esses são textos que abordam conceitos de Umbanda dentro dos quatro temas citados.

"... a Umbanda traz em si energia divina viva e atuante à qual nos sintonizamos a partir de nossas vibrações mentais, racionais e emocionais, energias estas que se amoldam segundo nosso entendimento do mundo." - Do livro "Umbanda – O Ritual do Culto a Natureza" publicado em 1995 pela Editora New Transcendentalis, primeira edição, página 10.

Não podemos deixar de citar entre os que lutaram pela União na Umbanda Benjamim Figueiredo, que fundou a Tenda Mirim em 1924 por ordem do Caboclo Mirim, que viria a criar o Primado de Umbanda uma das maiores expressões da Umbanda, se não a maior em seu tempo. Benjamim também foi o idealizador da Umbanda Iniciática, com segmento dividido em 7 graus de iniciação, formando assim também a Ordem do Cruzeiro Divino para aqueles que alcançavam o 7° grau de cabeças de Morubichaba. Está foi a parte da Umbanda que mais me encantou e foi através desses conhecimentos que mais me aproximei da Umbanda pela primeira vez, mas foi mais através dos ensinos de Farias R. Neto e sua Umbanda Esotérica.

Essa "codificação localizada" a seus "filiados" do Primado de Umbanda. Benjamim também escreveu um livro chamado "Okê Caboclo". Lutaram pela união muitos que estiveram à frente de tantas federações e órgãos de Umbanda, muitos já desencarnados, outros até famosos e muitos conhecidos, que nada deixou de escrito, mas que marcou a religião profundamente por sua determinação, fé e amor incondicional.

É natural que muitos expressem o que é a religião na tentativa de apresentar sua liturgia de forma organizada; nem sempre na busca de uma Codificação, mas sim de uma normatização, procurando normas que sejam aceitas por todos e que, sem mexer com o ritual que cada um já realiza dentro de seus próprios padrões; para que se possam passar mais informações para que a Umbanda seja vista e expressada como religião confiável.

"O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda", e a primeira publicação umbandista, surgiu tardia em 1933 por Leal de Souza. Então médium que se desenvolveu com o grande mestre Zélio de Moraes e que assumiu uma das tendas fundada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, (Tenda Nossa Senhora da Conceição).

Surgiram muitos autores de livros umbandistas de boa qualidade, após o primeiro congresso, em 1941. Em 1953, Emanuel Zespo cita uma lista de livros que ele considera importante no seu livro "Codificação da Lei de Umbanda", a lista está abaixo e prova que a Codificação dele também era algo aberto, pois as palavras dele são: "Ao principiante, recomendamos a leitura das seguintes obras: - * A Magia no Brasil - Waldemar Bento * Umbanda e Quinbanda - Lourenço Braga * Trabalhos de Umbanda * Mistérios da Magia * Ritual de Umbanda - Benedito Ramos * Umbanda - João de Freitas * Umbanda - Florisbela M.S.F. * Aímoré, Urutatão, Iara - Heraldo Menezes * Ogum, Xangô - Ogossi Nabeji * Alquimia de Umbanda - C.F. Urubathan * Umbanda Mista – Silvio Pereira M. * A Umbanda e seus Complexos - Oliveira Magno * Umbanda e Ocultismo - * Magia Pratica Sexual - * Umbanda Esotérica e Iniciativa - * Umbanda Sagrada e Divina - Paulo Gomes * O culto de Umbanda em face da Lei - vários autores
* O que é Umbanda - Emmanuel Zespo * Lei de Umbanda * Ley de Umbanda - Ab´d Ruanda * Lições de Umbanda - Samuel Ponze * Ritual prático de Umbanda - Oliveira Magno * Camba de Umbanda - Byron e Tancredo * Mirongas de Umbanda - * Doutrina e Ritual de Umbanda.
Todos estes autores trabalharam muito nos primórdios da Umbanda com a mesma iniciativa: esclarecer, unir, normatizar e, alguns, até codificar, pois como vimos este foi um dos objetivos do primeiro congresso de Umbanda.

Em 1956 aparece um "novo" autor de Umbanda, pois muitos já vinham escrevendo. Surge W.W. da Matta e Silva com o seu "Umbanda de Todos Nós", na intenção de apresentar á Umbanda. Este é um livro bibliográfico, fruto de pesquisas, que visa mostrar a religião, a ciência, a arte e a filosofia, com material muito próximo ao que vinha sendo estudado no Primado de Umbanda (lembrando da tese do AUM BHANDÃ que veio da Tenda Mirim para o primeiro congresso e anos após foi publicada pelo nosso irmão Da Matta). Diga-se de passagem uma obra muito bem feita que trouxe inovações e conhecimentos muito bem embasados.

Da Matta apresentou á Umbanda da forma como a enxergava e trabalhava. O que é uma visão particular visível em sua postura observada em passagens de sua obra, onde vemos como exemplo o autor citando as entidades Maria Padilha, Maria das Sete Saias e Zé Pelintra, Catimbozeiro e Mestre da Jurema que segundo o autor não fazem parte da Umbanda nem devem se manifestar nela, assim como os baianos, boiadeiros, marinheiros ou ciganos. Nesta visão do autor a Umbanda deveria manifestar apenas Caboclos, Pretos Velhos e Crianças na direita; Exu e Pomba Gira na esquerda.

De certa forma isso é um dogmatismo, uma Codificação restrita a seus seguidores e simpatizantes. Mas que eu em particular também percebo assim, porque acho que a hierarquia estabelece Leis e Regras, no qual se deve seguir sem bagunça. Lembrando que o próprio Da Matta, e alguns de seus discípulos, identificou a "sua umbanda" ou a "Umbanda de Todos Nós" como "Umbanda Esotérica e Iniciática". O que também não foi novidade, pois a origem desta forma de se praticar Umbanda está no Primado de Umbanda na Figura de Benjamim Figueiredo e o assunto já havia sido abordado em uma publicação de Oliveira Magno em 1950, o livro intitulado "A Umbanda Esotérica e Iniciática". Mas esta nova obra além de ser mais completa foi mais elaborada e exemplificada.

Esta é uma segmentação dentro da própria Umbanda, Da Matta também teve discípulos, que publicaram obras nas quais podemos detectar a mesma postura, que traz de forma implícita e subentendida, cada um à sua maneira, o "Dogmatismo e Codificação". Alias religião nenhuma consegue passar sua verdadeira mensagem sem um desenvolvimento de uma codificação eficiente e convincente.

Alguns mudaram de idéia no caminho, só que não é possível apagar o que já foi escrito (como por exemplo, um cidadão que alcançou um cargo de envergadura nacional e disse: "Esqueçam tudo o que eu escrevi"). É muito difícil esquecer, afinal foi grande o numero de pessoas que leram, e muitos vai continuar lendo, livros e livros, sem, contudo esquecer que a essência do trabalho não está apenas na prática da Umbanda, mas no seu aprimoramento. Tanto de conhecimentos filosóficos e religiosos, como também na sua ritualística sagrada. Definida assim pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas: "Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade". Mas caridade se faz também na partilha dos conhecimentos. E é por isso que devemos ter uma base sólida contida nesses conhecimentos.

A Umbanda é simples, sua prática é simples, mas não basta deixar que os guias trabalhem. Antes é preciso que os sacerdotes tenham, além de preparo espiritual, um grande conhecimento que não deve ser apenas místico, mas filosófico e esotérico. E neste contexto o conhecimento astrológico é fundamental. Enganam-se aqueles que tentam ignorar os conhecimentos dos astros. Pois é inegável, a ligação dos orixás com cada planeta e signo do Zodíaco. Também se percebe que na ritualística, tanto esotérica, quanto umbandista os princípios astrais estão contidos profundamente em todas as praticas essências. Apenas uma coisa é certa: "teoria sem obras é estéril". Portanto, estudem e não deixem de trabalhar; estudem, mas não usem este estudo para complicar o que já funciona de forma simples ou para questionar quem não teve a mesma oportunidade de estudar, mas tem a garra e a coragem para ajudar o próximo por meio dos espíritos militantes na Umbanda.

O difícil é encontrar os chamados “Grandes Mestres ou Magos” dispostos a repassar conhecimentos sem que ele selecione as pessoas por sua conta bancaria! A grande maioria inventa cursos, lança livros e se negam a ensinar o que sabem de forma caridosa. Muitos se sentem super estrelas de “alta grandeza”. Mas estão muito enganados, pois “os primeiros serão os últimos”! Também é inegável a existência de “máfias” em todos os seguimentos, tanto, esotéricos, astrológicos e umbandistas. Só publica, edita e tem vez os renomados “senhores e senhoras” de destaque.

A Umbanda não têm um mártir. Têm sim muitos lutadores abnegados e anônimos, a exemplo dos nossos guias que usam nomes de linhas e falanges para ocultar sua personalidade e valorizar a religião em si. Mas a Umbanda tem sim muitas “estrelas”! Ou pelo menos que se acham! Se precisarmos de um nome ou dois, que seja Caboclo das Sete Encruzilhadas e Zélio de Moraes. Historicamente temos muitos, mas ainda ninguém tão aclamado e unânime quanto Chico Xavier no Kardecismo. Com certeza teremos, mas até lá temos apenas médiuns de Umbanda. E a grande maioria visando mais o dinheiro. No entanto temos os grandes iniciados, que verdadeiramente trabalham pela Umbanda e pela Luz. Se não fossem eles a Umbanda já não mais existiria.

Temos grandes nomes que estão à frente das Federações mais antigas e atuantes. São eles que lutam para manter a Umbanda em ordem e harmonia. Entre esses temos na cidade de São Paulo: Pai Ronaldo Linares presidente da FUGABC – Federação Umbandista do Grande ABC e responsável pelo Santuário Nacional da Umbanda em São Bernardo e Pai Jamil Rachid presidente da União de Tendas de Umbanda e Candomblé e responsável pelo Vale dos Orixás em Juquitiba.

O que nós somos: é apenas médiuns que têm na Umbanda parte de nossa missão carmica. Quanto ao resto, temos os próximos séculos para observar, pois só o futuro nos trará mais respostas. Outra coisa a ser observada, é que, não são apenas umbandistas médiuns que incorporam, saibam que existem muitas formas de mediunidade. Eu mesmo não pratico incorporações e tenho minha mediunidade agindo de outras maneiras, não menos importantes, agindo de forma psíquica ou intuitiva. Saibam que somos diferentes na Forma e iguais na essência, a essência é a Umbanda quando ela é ensinada em sua forma elevada e verdadeira.

Busquemos a luz e o conhecimento anstes de colocar na pratica o que achamos que seja o certo. antes devemos buscar integração e aprimoramento.

Um abraço a todos aqueles que buscam o aprimoramento, ético e moral da Umbanda.

Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

A beleza e mistérios do Candomblé




Desde muito cedo, ainda no século XVI, constata-se na Bahia a presença de negros bantu, que deixaram a sua influência no vocabulário brasileiro (acarajé, caruru, amalá, etc.). Em seguida verifica-se a chegada de numeroso contingente de africanos, provenientes de regiões habitadas pelos daomeanos (gêges) e pelos iorubás (nagôs), cujos rituais de adoração aos deuses parecem ter servido de modelo às etnias já instaladas na Bahia.
Os navios negreiros transportaram através do Atlântico, durante mais de 350 anos, não apenas mão-de-obra destinada aos trabalhos de mineiração, dos canaviais e plantações de fumo, como também sua personalidade, sua maneira de ser e suas crenças. As convicções religiosas dos escravos eram entretanto, colocadas às duras penas quando aqui chegavam, onde eram batizados obrigatoriamente “para salvação de sus almas” e deviam curvar-se às doutrinas religiosas de seus “donos”.
O Candomblé é uma religião de origem africana, com seus rituais e (em algumas casas) sacrifícios; através dos rituais é que se cultuam os Orixás. O Candomblé é dividido em nações, que vieram para o Brasil na época da escravidão.  São duas nações com suas respectivas ramificações:
Nação Sudanesa: Ijexá, Ketu, Gêge, Mina-gêge, efom e Nagô
Nação Bantu: Congo, Angola-congo, Angola.