O calendário wiccano possui treze celebrações da lua cheia, os Esbats, e
oito Sabbats, ou dias de poder. No total há 21 celebrações ao longo do
ano Wiccano.
Os Sabbats são rituais solares e indicam pontos no ciclo anual do sol,
constituem apenas a metade do ano de celebrações wiccanas. Apesar de
chamarmos "dias de poder", estas comemorações são à noite, por motivos
práticos e para gerar um clima de mistério. Os Sabbats, sendo baseados
no sol, eram celebrados na aurora ou ao meio-dia, mas hoje quase todos
os bruxos preferem comemorar à noite.
Os Sabbats nos contam estórias do Deus e da Deusa, refletindo a sua
relação com a natureza e fertilidade da terra e quatro destes Sabbats
são determinados pelos solstícios e equinócios, o início astronômico das
estações. Os outros quatro são baseados em antigos festivais
folclóricos.
Os rituais estruturam e ordenam o ano wiccano e lembra a todos os bruxos
e bruxas que estes ciclos de vida existem na natureza muito antes da
nossa própria existência e perdurarão por séculos e séculos, sem fim.
Quatro Sabbats eram associados à agricultura e natureza, são eles: Imbolc, Beltane, Lughnasadh e Samhain.
Estes obviamente são nomes celtas e bastante comuns entre os wiccanos.
Os Sabbats são:
- Yuli (21 de dezembro)
- Imbolc (2 de Fevereiro)
- Ostara (21 de Março)
- Beltane (1º de Maio)
- Litha ou Solstício de verão (21 de Junho)
- Lughnasahdh (1º de Agosto)
- Mabon (21 de Setembro)
- Samhain (31 de Outubro)
O Yule é uma época de grande escuridão e este é o menor dia do ano.
Povos antigos notaram tais fenômenos e suplicaram às forças da natureza
que aumentassem os dias e diminuíssem as noites. O Yule,
tradicionalmente, é comemorado pouco antes da aurora e celebra o fim do
inverno e início da fartura que virá na primavera. Com o Yule, os
wiccanos afirmam sua fé de que sempre após a morte vem o renascimento da
vida.
Simboliza o calor que fertiliza a terra (a Deusa), fazendo com que as
sementes germinem e brotem. Assim ocorre o início da primavera.
Este é um Sabbat de purificação através das forças do sol, sendo uma
comemoração de luz e fertilidade. Antigos povos comemoravam o Imbolc
acendendo tochas e fogueiras e os bruchos wiccanos hoje, acendem velas e
lâmpadas comemorativas.
Tradicionalmente este é um período para iniciação de novos bruxos e
formação de novos covens. Também é neste período que muitas bruxas e
bruxos fazem a renovação do ritual de autodedicação.
É o equinócio da primavera e assinala o verdadeiro início da primavera.
Percebe-se na natureza a súbita mudança, os desabrochar das flores, o
despertar de filhotes de animais e o surgimento da vida. A Deusa cobre a
terra com seu manto de feritilidade e o Deus se desenvolve e amadurece.
Este é um período mágico para iniciar, agir, plantar para ter ganhos
futuros. É a época em que muitos bruxos e bruxas plantam seu jardim de
ervas.
É marcado pelo ritual dos Maypoles (mastros de maio) que são símbolos
fálicos supremos. Muitos bruxos e bruxas acordam cedo neste dia para
colher flores e ramos verdes e enfeitar seus mastros. Há os que plantam
trepadeiras durante Ostara para que cresçam e se apoiem nos mastros.
Assim, durante o Beltane as flores das trepadeiras desabrocham,
adornando o Maypole naturalmente.
As flores e folhas simbolizam a Deusa e o maypole o Deus.
O Beltane marca o retorno da vitalidade, da paixão e consumação das esperanças.
Atualmente utiliza-se mais o caldeirão para comemorar o Beltane, sendo
ele um símbolo clássico que representa a grande Deusa Mãe.
É quando as forças da natureza alcançam seu ponto mais alto. A terra está cheia de fertilidade do Deus e da Deusa.
No passado havia festas celtas onde as pessoas pulavam fogueiras,
acreditava-se que estes pulos estimulavam a saúde, fertilidade,
purificação do espírito e atraía o amor.
Muitas bruxas e bruxos faziam feitiços de amor e casamento durante este
período. o Litha é uma época propícia para todos os tipos de feitiços.
É a época da primeira colheita, quando as plantas da primavera murcham e
derrubam seus frutos ou sementes para garantir nosso consumo e para
assegurar futuras safras. Misticamente acredita-se que neste período o
Deus vai ficando mais fraco e a Deusa observa seu lamento. Ao mesmo
tempo, o Deus vive dentro do ventre da Deusa como seu filho.
Esta é a festa do pão, da colheita e de muita fartura. As cozinhas das bruxas e bruxos fervilham com tantos quitutes deliciosos!
Comemoramos a dádiva de ter refeições e a vida e saúde que o alimento nos dá.
Mais conhecido como equinócio de outono, é a conclusão da colheita
iniciada no Lughnasahdh. Celebra o momento em que o Deus prepara-se para
abandonar seu corpo físico e renovar-se dentro da Deusa.
A natureza retrocede, diminui sua fartura e recolhe-se preparando-se
para o repouso durante o inverno. É um momento de celebração da
tranquilidade.
O Deus morre para renascer pela Deusa no Yule. É a famosa festa dos
mortos ou festa de todos os santos e simboliza um período de
sacrifício.
Na Europa antiga, este era um período de armazenar alimentos para um
inverno de muita neve e nenhuma comida. Por isso, em muitos lugares,
sacrificava-se animais e para armazenar a carne. O Deus era identificado
com estes animais e também morria para garantir a vida.
O Samhain é um período de reflexão, de análise do ano que finda e da própria morte.
Atualmente recorda-se os entes queridos e até animais queridos que já morreram.
Retirado do Livro "Guia Essencial da Bruxa Solitária" de Scott Cunningham
Nenhum comentário:
Postar um comentário